A força do empreendedorismo feminino

Eliete Nunes

 

Promover a equidade de gênero na economia e em atividades sociais melhora a qualidade de vida das mulheres, homens, famílias e comunidades; este é um caminho necessário para promover o desenvolvimento sustentável. Muito se fala em empoderar mulheres, ou seja, capacitá-las a realizar, por si mesmas, as mudanças necessárias para evoluir e se fortalecer. Trata-se de um processo emancipatório necessário e para tanto, a mulher precisa ter renda.

Foi com foco na autonomia feminina e na igualdade de gênero que em 2010 a Organização das Nações Unidas – ONU, ONU Mulheres e o Pacto Global, criaram princípios em defesa do empoderamento das mulheres com objetivo de construir um mundo mais politizado. Porém, estes princípios só possuem efetividade se associados a ações afirmativas e políticas públicas para este fim.

A ONU Mulheres realiza ações e atividades de incentivo a associações e redes que fomentam o empreendedorismo feminino, ação que faz toda a diferença em nossa sociedade.

Fomentar o empreendedorismo feminino faz com que a mulher alcance, entre outros objetivos, sua liberdade econômica e ainda contribua de forma decisiva com a geração de emprego e renda no país.

De acordo com dados do IBGE em 2019, 51, 8 % da população do Brasil é de pessoas do sexo feminino. Atualmente as mulheres são mais escolarizadas, no entanto, possuem rendimentos menores em relação ao homem.

No decorrer dos últimos anos a mulher vem assumindo diversos papéis em nossa sociedade e não é diferente no empreendedorismo. Segundo dados da Global Entrepreneurship Monitor (GEM), divulgados em 2019, estima que 26 milhões de mulheres estão empreendendo no Brasil e 29 milhões de homens. Este relatório informa, ainda, que as mulheres empreendedoras possuem uma escolaridade maior (em média estudaram 1 ano a mais do que os homens) e que o número das que iniciaram um empreendimento no ano de 2019 é igual ao número de homens (16,1 milhões).

O cenário no Brasil é positivo, mas é preciso valorizar o potencial feminino, pois de acordo com os dados da GEM as mulheres ainda ganham menos, pois há ainda muito preconceito em relação a mulher que continua com dupla jornada de trabalho – cuidando da casa e dos filhos – e acabam dedicando uma carga horária menor aos seus negócios em relação aos homens. Conciliar a jornada de trabalho em seu negócio com as tarefas domésticas é um dos grandes desafios da mulher que empreende.

A mulher tem que trabalhar a autoconfiança, se fortalecer e ter ambições e sonhos, o que só é possível, em uma sociedade que trabalhe a autocritica e se desapegue de suas tradições estruturalmente machistas. Orgulho destas guerreiras empreendedoras!

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Eliete Nunes, enfermeira, advogada, foi Secretária Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social de Piracicaba de 2012 a 2020; autora do livro Biografia de uma Gestão

 

 

 

 

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