Nosso Centro não precisa de mais nada mesmo?

José Pedro Leite da Silva

 

Nos comentários que ouço, andando pela cidade, sempre aparece a expressão de que a região central da cidade de Piracicaba não precisa de mais nada. Tem boas casas e apartamentos, o melhor do nosso comércio, prestadores de serviço de vários tipos, estações rodoviárias, bancos, supermercados, farmácias, ruas bem iluminadas, boa segurança, etc. Quase um paraíso.

Contudo a região central da cidade precisa, sim, com seus mais de 80 mil moradores, de algumas obras que considero essenciais. A primeira e mais importante dela é a construção de um piscinão – ou outra alternativa técnica que aparecer melhor e mais barata, quem sabe? – de um piscinão na Avenida Independência arredores do Teatro Municipal. É por lá que chegam as nossas aguas dos finais do ano até março, “fechando o verão”, como disse Jobim. E nesses quatro meses entre dezembro e março há um injustificável sofrimento, com as enchentes recorrentes. E com as suas decorrências. E não resolvidas nos últimos 40 anos.

Desde os anos 1960, quando o então prefeito Luciano Guidotti completou obras iniciadas por seus antecessores, e cobriu o ribeirão do Itapeva, transformando-o numa das avenidas mais movimentadas da cidade, que a população cresce, as construções às margens crescem, os prestadores de serviços se instalaram por lá, junto com duas grandes rodoviárias a municipal e a estadual, o nosso teatro viveu já dias de muitos transtornos e os nossos comerciantes ali instalados, perderam seus produtores e acesso aos serviços prestados à população.

Uma obra orçada há anos em torno de R$ 35 milhões, o que para um orçamento previsto para 2021 de R$ 1,8 bilhões, parece ser um número suportável ao poder público local.

Além dessa obra que nunca sai do papel e da boa intenção, temos que equacionar o problema da nossa praça central. Verdadeira referência cultural para a nossa cidade, está às escuras à note, mal frequentada durante o dia por pedintes e mendigos, que afugentam a convivência mais cordial e pacifica que a nossa praça sempre teve, como função urbanística e cultural na cidade. As anunciadas reformas dos últimos anos, pouco avançaram e vamos terminando mais um ciclo de governo, com promessas não cumpridas para esse setor.

Também o controle do trânsito é precário, promovendo, justamente nos horários de pico e de maior necessidade para a população, engarrafamentos que nunca terminam. Sistemas digitais devem ser feitos para aperfeiçoar esse importante problema dos que trafegam pelo centro até chegarem ao trabalho na volta dele.

O Centro precisa também de mais lugares para cafés, conversas, promoções culturais, para voltar a ser um local aprazível de convivência para pessoas de todas as idades. Cercado por prédios de bancos. Há necessidade de três agências de um mesmo banco no entorno de nossa praça? –Isso não pode ser renegociado com estas empresas, para que nestes locais possamos ter outras atividades comerciais que tragam mais público ao Centro? E a zona azul, sempre inquietando os motoristas da cidade, afugentando-os com suas multas. Não vale a pena reconversão ou repactuar os contratos sobre esse tema?

Estamos com cerca de mil imóveis por alugar nessa região, para abertura de novos empreendimentos comerciais. E vai ser preciso o apoio do poder público para que os empresários, após a pandemia, voltem a acreditar na força do nosso comércio e n o nosso entro, como um dos atrativos para este tipo de prática.

Estamos ouvindo as populações de vários bairros e as do Centro também, com suas vicissitudes e dificuldades. E vamos em busca de soluções técnicas que permitam aos seus moradores, conforto e bem estar.

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José Pedro Leite da Silva, empresário, pré-candidato a prefeito pelo Partido Liberal (PL)

 

 

 

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