O herpes zoster, popularmente conhecido como cobreiro, é uma infecção viral causada pelo vírus varicela-zoster (VVZ), o mesmo responsável pela catapora. Embora a catapora seja uma doença comum na infância, o VVZ pode permanecer dormente no organismo e reativar-se na idade adulta, resultando na doença conhecida como herpes zoster.
De acordo com o infectologista da Santa Casa de Piracicaba, Sidnei Bertholdi (CRM – 163101), as principais diferenças entre as duas doenças é que enquanto a catapora apresenta uma evolução geralmente benigna, com lesões disseminadas e muita coceira, o herpes zoster se manifesta com dores neuropáticas intensas (dores que podem ser descritas como ardentes, em queimação, choques elétricos ou fisgadas) e lesões tipo vesículas, que surgem ao longo do trajeto de um nervo afetado e são frequentemente dolorosas, evoluindo posteriormente para crostas, normalmente no tórax ou abdome. “As dores do zoster normalmente precedem as lesões de pele e podem persistir por meses, condição chamada neuralgia pós-herpética (alteração na forma como os sinais de dor são transmitidos ao cérebro)”, explica Bertholdi.
Um levantamento realizado em meados de 2024 pelo Instituto Penido Burnier e divulgado em uma pesquisa do Datasus, mostrou que os casos de herpes zoster têm aumentado no Brasil: 27 mil diagnósticos de reativação do vírus foram feitos nos dois primeiros meses do ano passado, ante 9 mil no mesmo período de 2023.
Bertholdi explica que o diagnóstico é clínico, e o tratamento eficaz deve ser iniciado o quanto antes, utilizando antivirais como aciclovir e valaciclovir, além de medicamentos analgésicos para controlar a dor. O especialista enfatiza que a prevenção é a melhor estratégia, destacando a importância das vacinas.
“A vacina contra varicela, aplicada na infância, oferece proteção indireta contra o zoster. Além disso, a vacina Shingrix, disponível na rede privada, é recomendada para adultos acima de 50 anos e para aqueles com distúrbios imunológicos”, conclui ao salientar ainda que “com as informações corretas e as medidas preventivas, é possível reduzir os riscos associados ao herpes zoster e melhorar a qualidade de vida dos pacientes”.