Em plenária, Apeoesp repudia ataques à educação e marca greve

Evento na Academia Paulista de Letras contou com mais de 400 professores e que contou com a participação da deputada estadual Professora Bebel – foto: Divulgação

Deflagrar uma greve dos profissionais da educação contra os ataques à educação pública paulista, que atinja todo Estado de São Paulo, começando pelo Interior, a partir de uma organização que terá início com a entrega da pauta de reivindicações da campanha salarial dos professores da rede estadual de ensino, já marcada para o dia 21 de fevereiro. Esta foi a decisão tirada por professores das diversas regiões do Estado de São Paulo durante a “I Plenária Intercongressual Raquel Guisoni”, que a Apeoesp promoveu em São Paulo, na Academia Paulista de Letras, nos últimos dias 13 e 14 de dezembro, evento que reuniu mais de 400 professores e que contou com a participação da deputada estadual Professora Bebel (PT), também segunda presidenta da entidade, que abordou os diversos ataques do governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, à educação pública estadual.

De acordo com Bebel, a plenária teve a finalidade de definir a plataforma de lutas do maior sindicato da América Latina, que é a Apeoesp. “Depois de dois dias de intensos debates, estabelecemos que a greve será deflagrada no dia 21 de março, com um grande ato público em São Paulo, em respostas aos constantes ataques do governador Tarcísio de Freitas ao magistério paulista. Não aceitamos a privatização e a militarização de escolas no Estado de São Paulo, assim como queremos o fortalecimento do magistério e da escola pública, para os filhos e filhas da classe trabalhadora”, destacou.

Na abertura da Plenária Intercongressual Raquel Guisoti, na noite de sexta-feira, 13 de dezembro, Bebel falou sobre o legado da professora Raquel Guisoti, sua colega de inúmeras lutas em defesa do magistério e das lutas que a categoria vem fazendo em defesa de uma educação pública de qualidade e inclusiva para os filhos e filhas da classe trabalhadora. “Não dá para defender uma escola espetacular se a criança não tem moradia, não tem o que comer. É preciso lutar também pelos direitos básicos que garantam bem-estar social”, destacou a Professora Bebel.

Para subsidiar as discussões da plenária, no sábado pela manhã, 14 de dezembro, a I Plenária Intercongressual da APEOESP teve a participação de Leandro Grass, presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e Guilherme Boulos, deputado federal (PSOL), que fizeram brilhantes reflexões sobre a conjuntura atual e as lutas populares. Já na parte da tarde, aconteceu uma mesa de debates sobre política educacional com o presidente do Conselho Nacional de Educação, Cesar Callegari, e com o primeiro vice-presidente do CPERS, Alex Sarat.

O presidente do CNE fez uma explanação sobre as diretrizes curriculares nacionais do ensino médio e seus avanços em relação à reforma do ensino médio imposta pelo governo do então presidente Michel Temer. Para Bebel, essa discussão é fundamental neste momento, quando o governo Tarcísio de Freitas e o secretário estadual da Educação, Renato Feder, atacam profundamente a educação pública e se recusa a implementar as novas diretrizes, o que resulta em rebaixamento da qualidade de ensino e demissão em massa de professores.  Já Alex Sarat abordou a vivência da categoria nas escolas, nas salas de aula, nas comunidades, em defesa dos direitos dos profissionais da educação e dos estudantes.

A “I Plenária Intercongressual Raquel Guisoni” da Apeoesp foi encerrada com a aprovação da plataforma de lutas, com destaque para o grande ato político e artístico que será realizado no dia 21 de fevereiro, em São Paulo,  na entrega da pauta de reivindicações dos professores para a campanha salarial da categoria, que terá ainda atos e atividades regionais e uma grande assembleia em 21 de março com indicativo de greve para derrotar o desmonte da educação. “Temos razões de sobra para fazer uma greve, mas precisamos seguir organizando a luta por nossos direitos e por uma educação pública de qualidade e Inclusiva para os filhos e filhas da classe trabalhadora”, concluiu.

 

 

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