O Centro do Câncer da Santa Casa de Piracicaba (Cecan) recebeu a homologação da acreditação ONA nível 2 – Acreditado Pleno, certificação que, além de avaliar os critérios de segurança do paciente, exige da unidade acreditada uma gestão integrada dos processos, promovendo ações de melhorias entre todas as áreas da unidade. A entrega oficial da certificação acontecerá no início do mês de janeiro, próximo.
A gestora administrativa do CECAN, Andréia Klefenz, conta que nesta etapa da acreditação, o grande desafio foi evidenciar as ações destinadas à segurança do paciente e à melhora contínua dos processos, por meio de avaliação detalhada feita por uma IAC – Instituição Acreditadora Credenciada e por uma equipe de avaliadores habilitada pela ONA- Organização Nacional de Acreditação, que é uma entidade não governamental sem fins lucrativos que certifica a qualidade de serviços de saúde no Brasil.
“Eles buscaram evidências de conformidade com os padrões do Manual Brasileiro de Acreditação nas diversas áreas, incluindo a gestão organizacional, a qualidade e a segurança na assistência prestada e gestão integrada entre os processos”, explicou Klefenz.
Ela conta que a conquista foi fruto do trabalho desenvolvido com determinação e comprometimento de todos os funcionários, durante seis meses de intensas atividades. “Foi um desafio imposto à Instituição que eu assumi com honra e satisfação, pois acompanhei o processo ONA instaurado há mais de dez anos pela Santa Casa e sei que, desde então, o CECAN manteve e amadureceu conceitos vinculados ao aprimoramento contínuo de seus serviços como um todo”, ressaltou a gestora.
Segundo ela, sensibilizar a equipe foi, sem dúvida, outro grande passo. “Chamei a equipe para afirmar que, assim como o CECAN, eu realmente acredito no excelente trabalho que a gente presta para a Instituição; acredito que nossos processos são seguros e muito bem elaborados e, por este, motivo sei que estamos prontos para a acreditação”, disse.
Segundo ela, semelhante ao hospital, a equipe manteve essa cultura de permanente melhoria e foi se desenvolvendo. “A diferença é que o CECAN nunca havia pedido uma avaliação isolada para os seus serviços”, explicou, lembrando que o processo de acreditação não é obrigatório. “Nós solicitamos a certificação e, a partir daí, submetemo-nos a todas as exigências que se iniciam a partir desta solicitação”, explicou.
Keflens revela que, para conquistar a certificação, o CECAN passou por auditorias interna para visualização de fragilidades, pontos fortes e fracos da unidade, em um processo que envolveu conversa com diretores e gestores, bem como visitas in loco aos diversos setores de trabalho, com abordagens inclusive junto aos pacientes e à recepção, para acompanhar desde o momento em que o paciente pega a sua senha de atendimento até a execução dos processos de alta complexidade. “Daqui a oito meses, o CECAN passará por uma nova avaliação; desta vez para se submeter à certificação nível 3, de excelência”, antecipou Klefens, mostrando-se entusiasmada com o próximo desafio.
Para ela, a extrema relevância do selo de qualidade pode ser mensurada pelo que ele simboliza: processos seguros e, sobretudo, o reconhecimento de uma equipe que soube colocar em prática as orientações recebidas, reavaliar processos e evidenciar a qualidade do trabalho que vem sendo feito, de forma a disseminar a cultura de melhoria.
O entusiasmo da equipe ficou ainda mais evidente quando o resultado da auditoria foi anunciado a todos, que se reuniram para este momento especial e comemoram à altura, com direito à estouro de papéis picados, muitos aplausos, choros emocionados e abraços fraternos. “Estamos juntos”, disse Klefens.
RECONHECIMENTO
De acordo com o Superintendente Técnico da ONA, Dr. Péricles Cruz, a certificação de uma organização de saúde através da acreditação é um reconhecimento de que a instituição atende aos rigorosos padrões que a metodologia exige.
“A acreditação do CECAN é válida por dois anos e será acompanhada por nossos avaliadores por meio de visitas periódicas de manutenção”, disse Cruz, lembrando que o processo de acreditação é de caráter voluntário e educativo, não configurando uma fiscalização. “No decorrer da avaliação todas as áreas da instituição são visitadas e mais de 1,7 mil requisitos verificados antes da homologação da acreditação”, explica.
“Estamos muito satisfeitos com a acreditação recebida, o que nos motivou ainda mais a alcançar a acreditação em excelência, nível 3”, disseram os médicos oncologistas Mary da Silva Thereza, André Moraes e Fernando Medina, diretores do CECAN. Eles afirmam que os funcionários continuam trabalhando para desenvolver e implementar ações de melhoria contínua em toda a unidade, visando primordialmente a segurança dos pacientes, vindos de toda a região.