A munícipe Gisele Fabiane Tomaz utilizou a Tribuna Popular da Câmara para manifestar a insatisfação de moradores do bairro Monte Alegre em relação à implantação de uma ciclovia na avenida Comendador Pedro Morganti. Representando um grupo de moradores da região, Gisele destacou preocupações envolvendo segurança, trânsito e possíveis irregularidades no projeto, especialmente por se tratar de um bairro histórico.
Na 73ª Reunião Ordinária, nesta quinta-feira (28), Gisele apontou que a avenida possui variações em sua largura ao longo da extensão, o que, segundo ela, inviabiliza a instalação da ciclovia sem comprometer o tráfego, especialmente de veículos de grande porte. Além disso, ressaltou que o bairro encontra-se em processo de tombamento municipal e estadual. Apesar de um abaixo-assinado com mais de 150 assinaturas protocolado em agosto, os moradores ainda não receberam resposta do Executivo.
Gisele também informou que o Ministério Público instaurou um inquérito civil sobre o caso. No entanto, mesmo diante da investigação, as obras da ciclovia avançaram. Segundo ela, a Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (Semuttran) realizou a marcação do trecho em paralelepípedo e, posteriormente, fez a pintura, embora o projeto inicial previsse uma estrutura de concreto. A munícipe questionou se essa alteração não estaria em desacordo com o processo licitatório.
Outro ponto levantado foi a classificação da via como “coletora 2” no Plano de Mobilidade Urbana do município, que exigiria uma largura mínima de 22 metros para comportar uma ciclovia. Gisele criticou a aparente contradição entre o projeto e a legislação vigente, além de apontar um possível conflito de interesses na acumulação de funções pela secretária da Semuttran, que também preside o Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural (Codepac).
A moradora ainda mencionou que o projeto descreve a avenida como via de mão única, enquanto na realidade é de mão dupla.
Diante dos apontamentos, os vereadores Silvia Morales (PV), do mandato coletivo A cidade é sua, Cássio Luiz Barbosa (PL), o Cássio Fala Pira, e Rai de Almeida (PT) demonstraram preocupação e se pronunciaram sobre o assunto.