O intestino grosso, também conhecido como cólon, desempenha um papel fundamental na digestão, absorção de água e formação das fezes. Contudo, é também um órgão suscetível a diversas doenças que, se não diagnosticadas e tratadas precocemente, podem comprometer gravemente a saúde e a qualidade de vida. Entre as condições mais comuns estão a síndrome do intestino irritável (SII), a diverticulite, a colite ulcerativa e o câncer colorretal, que merece atenção especial pela sua alta incidência.
A prevenção é sempre o melhor caminho. Manter uma dieta rica em fibras, proveniente de frutas, vegetais, grãos integrais e sementes, é essencial para o bom funcionamento do intestino. Esses alimentos ajudam a regular o trânsito intestinal e previnem a formação de pólipos e divertículos.
Além disso, é fundamental limitar o consumo de alimentos ultraprocessados, ricos em gorduras saturadas e açúcares, que podem aumentar o risco de inflamações e doenças intestinais. A prática regular de exercícios físicos, a hidratação adequada e a redução do consumo de álcool e tabaco também são hábitos preventivos importantes.
A realização de exames de rotina, como a colonoscopia, é indispensável, especialmente para pessoas acima dos 50 anos ou com histórico familiar de doenças intestinais. Esse exame permite identificar alterações precoces, como pólipos que podem evoluir para câncer.
Sintomas a serem observados – Os primeiros sintomas de doenças do intestino grosso podem ser sutis, mas não devem ser ignorados. Entre os sinais de alerta estão: – Alterações persistentes no hábito intestinal (diarreia ou constipação); – Presença de sangue nas fezes; – Dor abdominal frequente ou sensação de inchaço; – Perda de peso inexplicada; – Fadiga ou anemia sem causa aparente.
A presença de um ou mais desses sintomas justifica a busca por avaliação médica imediata, pois podem indicar desde condições benignas, como a SII, até doenças graves, como o câncer colorretal.
Tratamentos mais importantes – O tratamento das doenças do intestino grosso varia conforme o diagnóstico. No caso de condições inflamatórias, como a colite ulcerativa e a doença de Crohn, o manejo inclui medicamentos anti-inflamatórios, imunossupressores e, em alguns casos, cirurgias para remover partes do intestino afetado.
Para o câncer colorretal, o tratamento depende do estágio da doença. As opções incluem cirurgia, quimioterapia, radioterapia e, mais recentemente, imunoterapia. O diagnóstico precoce é o fator mais determinante para o sucesso do tratamento, reforçando a importância dos exames preventivos.
No caso de doenças funcionais, como a síndrome do intestino irritável, o manejo envolve mudanças na dieta, redução do estresse e, em alguns casos, o uso de medicamentos para aliviar sintomas específicos.
Cuidar da saúde do intestino grosso exige uma combinação de hábitos saudáveis, atenção aos sinais do corpo e acompanhamento médico regular. A prevenção e o diagnóstico precoce são as melhores armas contra doenças que podem ser debilitantes ou fatais. Informar-se e agir a tempo pode salvar vidas, reforçando que a saúde intestinal é um pilar fundamental do bem-estar geral.
Paulo Soares é presidente do Caphiv (Centro de Apoio ao HIV, Aids, Sífilis e Hepatites Virais)