A nobreza do ato de educar: em Homenagem aos professores (as)

Antonio Oswaldo Storel

 

Nas correrias do nosso dia a dia, não temos tempo para parar e refletir um pouco sobre tudo o que ocorre em cada instante da vida no planeta e que quase sempre nos passa despercebido. As vezes nos assustamos com fatos extraordinários que tomam conta da mídia e nos questionamos sobre não percebermos a grandiosidade de tudo o que acontece na evolução de todas as coisas que nos rodeiam nesse maravilhoso universo em que vivemos.

Em tudo o que se transforma no universo, seja para o bem ou para o mal, está sempre a inteligência e a ação do ser humano na vivência do seu relacionamento global. Das maravilhas que o Criador deixou para que o homem complementasse a obra da criação, a mais admirável, mais complexa e mais extraordinária é o próprio ser humano. Ninguém é capaz de dimensionar a grandiosidade do potencial que o Criador coloca em cada ser humano concebido. Potencial que entra em desenvolvimento a partir do momento em que as células masculina e feminina se juntam e começam a se multiplicar.

E todo o processo de desenvolvimento desse grandioso potencial se dá em relação permanente com outros seres humanos. Inicialmente, o relacionamento da própria mãe com o filho em seu ventre e o próprio pai, na conjunção de amor geradora da vida. Quando vem à luz do mundo, as influências principais para o desenvolvimento se dão no âmbito das relações com o círculo familiar e daí vai se expandido para a comunidade e para a sociedade como um todo.

A linguagem convencionou utilizar o verbo educar para designar todo esse complexo processo de fazer desabrochar todo o potencial existente dentro do ser humano em formação, tornando-o apto para viver em plenitude a sua vida em sociedade. E, em razão do verbo, é a linguagem que designa o agente como o educador. Assim, em todas as fases da vida humana, desde o momento da concepção originária de uma conjunção de amor, os agentes educadores vão se alternando. Mas não resta dúvida de que os únicos que possuem uma relação íntima de vida e de amor com o educando, são os pais, os próprios geradores da vida.

Mas chega o momento em que o relacionamento do ser humano em desenvolvimento vai precisar se estender a pessoas especialmente formadas e profissionalmente capacitadas para desempenhar a nobre missão de cuidar para fazer emergir todo aquele potencial que cada um carrega como dom do Criador. E a própria linguagem convencionou chamar a esses agentes de professores. Professores ou educadores, a missão a que se propõem é de uma nobreza sem par. Não se trata simplesmente de lapidar uma pedra bruta e transformá-la em pedra preciosa. Trata-se sim, de fazer desabrochar e transformar em dimensões pessoais da vida humana toda a potencialidade guardada no âmago do educando.

Paulo Freire já dizia que “educar não é encher um ser em desenvolvimento de informações, mas fazer desabrochar de dentro dele, todo o seu potencial para a vida”. Portanto, não se trata de tarefa profissional simples, a ser executada sob normas estritamente técnicas, ma sim de uma nobre missão que exige de quem a ela se dedica, entrega total, na integridade do seu ser. O professor educa na totalidade de suas relações com o aluno, no dia a dia. Assim, vai passando valores  que sustentarão a personalidade do educando pela vida afora. Os exemplos de comportamento, os testemunhos, tudo vai sendo assimilado por aquele ser em desenvolvimento, tal qual uma plantinha vai absorvendo os nutrientes da terra para crescer e produzir frutos.

Por isso, durante todos os instantes, fico a meditar na nobreza de todas as pessoas que passaram pela minha vida, desde quando fui concebido como ser humano no ventre de minha mãe e se tornaram agentes educadores, fazendo desabrochar para a vida todo o potencial que a bondade do Amor do Criador colocou dentro de mim desde o primeiro instante da minha existência humana. Louvo a Deus e dou graças pelo privilégio de tê-los em minha história de vida. Que Deus os abençoe e os recompense!

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Antonio Oswaldo Storel, membro do IHGP, ex-vereador (1997-2008), presidente da Câmara (2001-2002), fundador e primeiro presidente da Emdhap (1991-1992)

 

 

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