Douglas Alberto Ferraz de Campos Filho
Existem no mundo milhares de espécies da ordem hymenoptera, cujas funções naturais são a polinização, o controle de pragas e a produção de mel, mas do ponto de vista médico devemos compreender as reações que os venenos podem causar.
Os himenópteros constituem a terceira ordem de insetos em número de espécies no mundo e são conhecidos mais de 100 mil, sendo que neste artigo enfatizarei sobre abelhas, sendo que as vespas e as formigas pertencem a mesma ordem.
Em 1956, o governo brasileiro importou uma raça de abelhas africanas mais produtivas de mel, sendo então cruzadas com abelhas europeias e originando abelhas “africanizadas”, mais produtivas de mel, porém muito agressivas.
O veneno injetado pela ferroada de abelha é composto por uma série de proteínas antigênicas que desencadeiam uma resposta imediata do tipo antígeno-anticorpo relacionado a imunoglobulina E (IgE); podendo causar dor, prurido, anafilaxia e choque alérgico, a letalidade é de aproximadamente 0,2% na população mundial.
As reações tóxicas local estão presentes em mais de 80% dos pacientes, após a ferroada ocorre dor, inflamação, edema local, sendo possível apresentar reações sistêmicas ou morte quando a quantidade do veneno e muito grande, mais de 50 ferroadas.
A reação alérgica é de início rápido, 15 minutos e, independentemente da quantidade do veneno, apenas 1 ferroada pode causar reação alérgica causando urticária, prurido, ansiedade, falta de ar, vômitos, angioedema, rouquidão, sibilos, confusão mental, queda de pressão arterial, cianose, choque anafilático e morte.
O diagnostico depende da história clínica, dosagem de IgE específica e testes cutâneos.
O tratamento de urgência para alergia é feito com adrenalina injetável, corticoides e antihistamínicos, os pacientes de maiores riscos devem evitar perfumes adocicados e utilizar adrenalina auto injetável (Epipen), antihistamínicos e procurarem o pronto socorro mais próximo.
O tratamento para dessensibilização dos pacientes alérgicos é utilizado imunoterapia específica, ou seja, vacinas com antígenos que é considerado o único tratamento capaz de alterar o curso natural da doença; consiste em aplicações de injeções subcutâneas em quantidades crescentes de antígenos até a indução de total tolerância; os procedimentos devem ser feitos por médicos capacitados e centros especializados em alergias.
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Douglas Alberto Ferraz de Campos Filho, médico