Em busca do debate civilizado


Dirceu Cardoso Gonçalves

Vão acontecer nesta quinta-feira (03/10) os últimos debates entre os candidatos – a prefeito e vereados – que no domingo concorrerão nas urnas ao Governo e ao Legislativo dos 5.568 municípios brasileiros. Os concorrentes de São Paulo vão se encontrar na TV Globo, que adota medidas especiais de segurança, a principal delas impedir a entrada de armas e a instalação de detectores de metais nas entradas do prédio.

A cadeirada entre os candidatos, as agressão físicas entres assessores e o palavreado forte (e desrespeitoso) dos concorrentes leva os organizadores a projetar novas estratégias para o evento, não bastando só a fixação das cadeiras e de outros objetos que possam se transformar em instrumentos de ataque. A tônica é que, no atual formato, o debate não cumpre mais as finalidades de esclarecimento do eleitorado, principal motivo de sua concepção.

O propósito é criar novas regras a que deverão se submeter os candidatos do pleito de 2026, quando o eleitorado comparecerá às urnas para eleger presidente da República, governador, senador e deputados (federal e estadual). Em sendo tudo proporcional, acredita-se que, sem novas e mais restritivas exigências o quebra- quebra seja maior do que o ocorrido no certame municipal.

A ideia é que os organizadores dos debates, na condição de anfitriões, negociem as regras com os candidatos, suas equipes de campanha e respectivos partidos. Que a Justiça Eleitoral, como dona das eleições, determine o que pode e o que não pode se fazer durante os confrontos, sob pena daqueles que se excederem ter a candidatura suspensa temporária ou até definitivamente.

A eleição é um espaço de cidadania. Não obstante o desejo que todos têm de vencer, é necessário que tudo ocorra dentro da legalidade e sob princípios de urbanidade. Não há a menor razão para o eleitor aprovar atos de selvageria ou desonestidade daquele em quem pretende depositar seu voto. Quando votamos, estamos passando procuração para o votado nos representar como governante ou membro de um dos níveis do Parlamento. Ele atuará por nós e, assim, jamais poderá ser um errante, prepotente ou criminoso. Se for, a eleição terá tudo para, em vez de beneficiar, nos trazer problemas, prejuízos, desconforto e dor-de-cabeça.

Findos os últimos debates, também estará encerrada a campanha eleitoral pelos meios de comunicação. Sexta e sábado serão os dias do corpo-a-corpo entre candidatos e eleitores. Para o bem de nosso País e de todos nós, que, como eleitores, sejamos capazes de escolher e eleger os melhores…

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Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves, dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)
[email protected]

 

 

 

 

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