Alvaro Vargas, Engenheiro Agrônomo-Ph.D., presidente da USE-Piracicaba, palestrante espírita
Embora exista divergência entre as fontes de informação, o número de abortos no mundo é estimado entre 40 e 50 milhões por ano. Isso pode ser considerado uma calamidade mundial, visto que esta apuração é quase equivalente a 61,5 milhões de todas as fatalidades ocorridas em 2023, sem contabilizar os abortamentos. No Brasil, embora essa prática seja proibida, exceto quando existe risco para a saúde da gestante ou em casos de estrupo, estudiosos sugerem que cerca de 800 mil mulheres interrompem a gravidez todos os anos. Um número elevado, inclusive, segundo a Pesquisa Nacional do Aborto (PNA, 2021), uma em cada sete mulheres de até 40 anos, já fez um aborto em nosso país. Isso ocasiona um sério problema para a saúde pública, pois, nem sempre as clínicas clandestinas estão preparadas para realizar esse procedimento. Como resultado, muitas pacientes são transferidas em estado crítico para os hospitais, atingindo um índice de uma morte para cada 28 internações devido às falhas na tentativa de feticídio.
Na visão espírita, desde o instante da concepção já existe uma ligação do Espírito reencarnante com a sua futura mãe. Portanto, tirar a vida de um nascituro é um crime. A alma que habita o feto necessita do corpo físico, assim como todos nós, para evoluir. Inclusive, conforme o nosso nível evolutivo, antes da reencarnação estabelecemos uma programação de trabalho aqui na Terra, assumindo compromissos com os Espíritos que irão reencarnar através do nosso intermédio. Portanto, mesmo enfrentando situações difíceis, devemos ter fé em Deus e não praticar o feticídio, sendo preferível entregar o recém-nascido para adoção. Conforme o apóstolo Paulo, “tudo me é permitido, mas nem tudo convém. Tudo me é permitido, mas eu não deixarei que nada me domine”. (1 Coríntios, 6:12). A semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória. Mesmo que o Espírito aqui na Terra, nunca retrograde, pode estacionar ou mesmo contrair sérios débitos perante a sua consciência, que só será aplacada mediante expiações dolorosas no mundo espiritual, e nas reencarnações subsequentes. Além disso, o Espírito assassinado pelo abortamento pode não perdoar aquela que deveria ter sido a sua mãe, passando a obsedá-la com consequências imprevisíveis.
Na opinião de Alírio de Cerqueira Filho (Suicídio Falsa Solução, cap. 11), a mulher que provoca um aborto ilegal, pode ser considerada suicida, mesmo quando não morre diretamente no abortamento, porque a cada ação como esta, ela reduz a sua energia vital, visto que a interrupção da gravidez sem causa justificável é um dos atos mais violentos contra a própria pessoa. O corpo da mulher é preparado tanto no aspecto físico como psíquico para a gestação ocorrer na normalidade. No abortamento ilegal, o feto é assassinado de forma bárbara e covarde, gerando sérias consequências, tanto para a gestante, como os demais indivíduos envolvidos neste crime. As consequências para a gestante, variam conforme as circunstâncias que a levaram a cometer essa atrocidade, e essa ação pode ocasionar um desequilíbrio físico e hormonal, além das questões energéticas e psíquicas. Todas essas alterações predispõem a mulher a contrair doenças com maior facilidade, ocasionando um desgaste em seu corpo físico, resultando em um suicídio indireto. Como consequência, no além-túmulo, pode ser conduzida para as regiões pantanosas do Umbral, permanecendo um determinado período para se conscientizar sobre o crime praticado, até demonstrar um arrependimento sincero e ser resgatada pelos abnegados servidores de Jesus. Visando a cura das sequelas existentes no seu perispírito decorrentes desse infanticídio, é capaz que sejam necessárias, reencarnações terapêuticas em corpos físicos deformados e enfermos, com altíssimo grau de alteração mental.
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Alvaro Vargas, Engenheiro Agrônomo-Ph.D., presidente da USE-Piracicaba, palestrante espírita