Qual VPN usar no Brasil: paga ou grátis?

Não é de hoje que os brasileiros têm criado interesse em serviços de VPN. Essa ferramenta virtual fundamental ganhou apelo nos últimos anos como uma maneira de garantir cibersegurança e privacidade na internet, mas também como um jeito de contornar bloqueios pontuais feitos a serviços como o Telegram no Brasil.

Mas desde que a rede social X foi bloqueada em território nacional por decisão do Supremo Tribunal Federal em 30 de agosto, as buscas por VPN explodiram de maneira impressionante. Um levantamento recente aponta que entre 29 e 31 de agosto houve uma alta de 426% na demanda por VPN no Brasil.

Esse incremento nas buscas deve engrossar ainda mais a comunidade de mais de 60 milhões de pessoas que já usam o serviço no país. Mas quem está travando contato com a tecnologia agora pode ter sérias dificuldades em escolher o melhor serviço.

Há algumas especificações técnicas que podem ser um obstáculo para escolher entre uma marca e outra, por exemplo. Além disso, há muitas VPNs grátis e nem sempre fica claro, numa análise curta, se compensa pagar para obter o serviço.

O objetivo deste artigo é esclarecer justamente o que um cliente deve encontrar numa boa VPN e entender por que uma VPN paga costuma ser mais confiável e eficaz do que uma opção gratuita.

Considerações gerais

Na hora de escolher uma boa VPN, as necessidades de cibersegurança devem ser conciliadas com os hábitos de uso de internet, que variam bastante entre a população.

Enquanto muitas pessoas usam a rede primariamente para trabalhar, outras colocam o foco no lazer com vídeos e teleconferências, ou mesmo priorizam mais potência para jogar online sem falhas (como problemas de lag e ping alto).

Assim, considere as informações a seguir pensando em como elas podem impactar sua rotina de uso positiva ou negativamente.

Como funciona uma VPN

Uma VPN é uma rede privada virtual (“Virtual Private Network” em inglês), um serviço que cria um túnel de criptografia para proteger a conexão com a internet e a privacidade de quem assina o serviço. Esse túnel seguro de conexão preserva todas as comunicações feitas em ambiente online de observadores virtuais como hackers, agentes do governo e empresas, que podem comprometer a segurança virtual ou a privacidade de navegação.

Para oferecer essas capacidades propriamente, uma VPN deve contar com um protocolo de criptografia de última geração. Os mais comuns são os protocolos AES, RSA (considerados seguros) e DES (considerado mais frágil).

Assim, boas VPNs tendem a operar com protocolos AES e RSA, especialmente com chaves de 256 bits. São três os tipos de chaves de criptografia, em ordem crescente de segurança: 128, 192 e 256 bits. Esse é o primeiro critério a buscar numa boa VPN.

Cuidados com o IP

A capacidade das VPNs em contornar bloqueios geográficos reside na função de mascarar o IP do computador, roteador ou celular de seu cliente. O IP (“Protocolo de Internet”, ou “Internet Protocol” em inglês) é um número de identificação atribuído a todo dispositivo que se conecta à internet.

Essa numeração não serve apenas para identificar cada dispositivo, mas também para que os dispositivos se comuniquem devidamente na internet. A capacidade de uma VPN de mascarar o essa identificação e ainda assim preservar a navegação tem a ver com tipos de IP diferentes: o IP compartilhado e o IP dedicado.

Uma boa VPN oferece um IP dedicado: um endereço IP exclusivo atribuído a um único usuário. Isso permite ter maior controle sobre a privacidade online, conectar-se a servidores remotos e diminuir a quantidade de verificações de identidade online (como nos testes de captcha).

O IP dedicado é mais comum em serviços pagos de VPN. As opções gratuitas geralmente oferecem um IP compartilhado entre vários usuários. Isso já ajuda a camuflar o IP real, o que já evita ter a localização geográfica de seu dispositivo exposta e protege contra alguns tipos de invasão digital (como phishing e ataques DDoS). Porém, gera uma série de restrições de acesso, especialmente a serviços como plataformas de streaming e bancos online.

Política de registros

Opções grátis de VPN têm a grande desvantagem de muitas vezes armazenarem dados de usuários e revendê-los a anunciantes. Por não poder contar com lucro vindo de assinaturas como os serviços pagos, essa é uma alternativa para seu modelo de negócio.

Do ponto de vista do usuário, essa é uma desvantagem clara. Ter informações pessoais vendidas a terceiros é um ponto nocivo contra a privacidade online.

Quantidade e localização dos servidores

A velocidade de acesso em VPNs gratuitas tende a ser menor do que nas pagas. Essa restrição geralmente tem a ver com a quantidade, a conexão e a localização dos servidores do serviço.

Os servidores são os computadores que estabelecem a conexão privada de cada usuário. VPNs pagas tendem a ter mais dinheiro para investir nessa infraestrutura, o que resulta numa maior quantidade de servidores, distribuídos por uma quantidade maior de países. Assim, o tráfego por servidor fica menor e a velocidade de cada conexão maior.

Anúncios

Por fim, um fator menos relevante, mas não desprezível na escolha de VPN: a presença de anúncios. Serviços gratuitos não podem contar com o dinheiro vindo de seus assinantes e precisam compensar essa ausência com outras fontes de receita.

A presença de anúncios numa VPN pode ser apenas uma distração sem muita importância na tela em alguns casos. Em outros, pode se tornar um obstáculo na navegação. Assim como na questão dos servidores, mencionada acima, o incômodo com a presença de anúncios varia conforme as necessidades de uso e preferências de cada usuário.

 

 

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