Para entender as conexões entre dificuldades financeiras e problemas de saúde mental, investigando a relação entre emoções e dinheiro, a Serasa ouviu consumidores de todo o país. Segundo o estudo produzido pelo Instituto Opinion Box, na região sudeste do país, despesas com assistência psicológica já ocupam a sexta posição nas prioridades de gastos das famílias da região, à frente de custos com serviços de assinatura e automóveis.
Em um país com mais de 72 milhões de inadimplentes, sendo mais de 32 milhões da região sudeste, as consequências das dívidas extrapolam o âmbito econômico. A pesquisa aponta que 6 em cada 10 sudestinos já passaram por problemas de saúde mental e 8 entre 10 também enfrentaram dificuldades financeiras.
Os problemas com dinheiro se refletem, especialmente, na qualidade de vida (63%), causando picos de estresse, cansaço e insônia. Os entrevistados ainda relatam impactos relacionados à ansiedade (61%), autoestima (56%) e na qualidade do sono (57%).
Nas relações interpessoais, os efeitos se mostram igualmente presentes: 72% sentem-se mal por pedir dinheiro emprestado para familiares e amigos. Além disso, sete em cada 10 pessoas afirmam evitar conversas sobre dinheiro e 64% preferem isolar-se, afastando-se de amigos. “Muitas vezes, as pessoas têm vergonha de pedir ajuda, pois sentem que, ao contar para alguém, estariam atestando alguma espécie de incompetência na gestão de recursos”, analisa Valéria Meirelles, Psicóloga do Dinheiro.
Esse imaginário acaba comprometendo as relações interpessoais, como se houvesse alguma interligação entre dificuldade financeira e fracasso pessoal. Entre os entrevistados da região Sudeste, 77% afirmam não recorrer a nenhum tipo de ajuda porque acreditam que conseguem resolver tudo sozinhos. “Não deixamos de ser bons pais, bons filhos ou bons amigos por atravessarmos dificuldades financeiras. Falar sobre dinheiro com naturalidade com amigos, conhecidos e familiares é o primeiro passo para transpor a dificuldade”, diz Valéria.
Prejuízo no trabalho – As dívidas e pendências também podem afetar o ambiente de trabalho. Ao enfrentar complicações financeiras, 78% dos entrevistados afirmam passar boa parte do trabalho pensando nas contas a pagar. Buscar ajuda é fundamental para evitar consequências maiores também no âmbito profissional: “Estar endividado ou com dificuldades financeiras não tornam o colaborador desqualificado, e cuidar da saúde mental pode ajudar a melhorar, inclusive, o seu desempenho na empresa”, comenta a psicóloga.
Saúde mental = saúde financeira – Ainda de acordo com a pesquisa, 85% dos sudestinos entendem que cuidar da saúde mental pode melhorar a situação financeira a longo prazo, e 67% afirmam que gostariam de investir ainda mais neste segmento. “Depois da pandemia, mais do que nunca, as pessoas passaram a se preocupar com essa área, buscando mais qualidade de vida, praticando mais exercícios e outras iniciativas que ajudem a lidar com as emoções”, afirma a psicóloga. “Essa tendência positiva mostra que a saúde mental saiu de uma posição de segundo plano, para se tornar um objetivo a ser construído como base para uma vida melhor”.
Metodologia – O estudo faz parte da 10ª edição do Serasa Comportamento, série de levantamentos realizados pela Serasa sobre a forma como os brasileiros lidam com suas finanças. A pesquisa ouviu consumidores de todas as regiões do país, de 18 até 60 anos ou mais, sendo 52% mulheres e 48% homens. Mais informações em www.serasa.com.br e via redes sociais no @serasa.