A equipe do Setor de Animais Sinantrópicos do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), vinculado à Secretaria Municipal de Saúde, realiza neste sábado (14), das 8h às 12h, ação educativa com entrega de panfletos informativos e educativos sobre carrapatos e a febre maculosa na região da Rua do Porto até a passarela Pênsil. A ação integra a Semana Estadual de Mobilização contra a Febre Maculosa, capitaneada pelo Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo. Desde o dia 07/09, o CCZ disponibiliza material didático e educativo a respeito da doença para as escolas municipais e estaduais de Piracicaba, bem como orientação para entrega do material junto às crianças e adolescentes.
A bióloga do CCZ Regina Lex Engel destaca que o objetivo desta ação é orientar as pessoas sobre um modo seguro e consciente de frequentar as áreas de risco sem correr perigo, já que o contato com carrapatos em áreas naturais, pode ocorrer, mas existe prevenção e cuidados que devem ser tomados. “Essa conscientização é de extrema importância, pois a maioria dessas áreas no nosso município são pontos turísticos, onde ocorre, naturalmente, a presença de capivaras e de seus parasitas, que são os carrapatos-estrela”.
Regina explica que a prevenção da febre maculosa é baseada em impedir o contato com o carrapato. “De julho a novembro, a época de maior probabilidade de transmissão da doença ao homem, pois é período reprodutivo onde há a predominância das ninfas (vermelhinhos) no ambiente, sendo que essas ninfas são a fase com maior eficácia de transmissão da bactéria ao homem. Assim, é importante que as pessoas fiquem em alertas”, disse a bióloga.
Cabe lembrar que a febre maculosa é transmitida pela picada do carrapato e causada por bactéria do gênero Rickettsia. A doença não é transmitida diretamente entre pessoas, sendo transmitida pelo carrapato do gênero Amblyomma, que é o vetor da bactéria. Em Piracicaba, neste ano, ainda não foram registrados casos da doença, porém, a Secretaria de Saúde alerta a população para a prevenção contra a febre maculosa que pode ser feita ao evitar áreas onde pode haver contato com carrapatos contaminados, e se frequentar, ficar atento aos sintomas da doença no período entre 1 a 14 dias, procurando atendimento médico caso esses sintomas apareçam. No ano passado, fora quatro casos, sendo dois desses evoluindo para cura e dois para óbito.
Regina reforça que apenas menos de 1% dos carrapatos de um ambiente, onde há a circulação da Rickettsia, podem estar contaminados, então, o fato de ter encontrado carrapato preso ao corpo, não significa que vão ter a febre maculosa e que deverão tomar o antibiótico. “Assim, somente as pessoas que frequentaram áreas de risco e apresentaram sintomas, deverão entrar com tratamento de acordo com a orientação médica”.
ÁREAS DE RISCO – Em Piracicaba, além das margens do rio Piracicaba – desde o bairro Monte Alegre até Artemis – e do rio Corumbataí, outras áreas identificadas como de maior risco de contaminação da doença são as margens do ribeirão Piracicamirim, Córrego Guamium, a lagoa do Santa Rita, parque da Rua do Porto, ou seja, toda região em que se pode encontrar capivaras.
DIAGNÓSTICO – Diagnosticar precocemente a febre maculosa é muito difícil, principalmente nos primeiros dias da infecção, já que os primeiros sintomas podem ser confundidos com os de outras doenças, como dengue, leptospirose, doença meningocócica, hepatite viral, entre outras. Mas o que é importante para o caso, é o paciente informar que esteve em locais próximos à beira de rios, matas, florestas, fazendas, trilhas ecológicas, onde possa ter sido picado por um carrapato.
TRATAMENTO – A febre maculosa tem cura desde que o tratamento com antibióticos específicos seja administrado nos primeiros dois ou três dias da infecção. O medicamento deve ser administrado assim que surgirem os primeiros sintomas, mesmo sem o diagnóstico confirmado, já que ele pode demorar.
Atraso no diagnóstico e, consequentemente, no início do tratamento pode provocar complicações graves, como o comprometimento do sistema vascular, com gangrena de membros, hemorragias e comprometimento dos rins, dos pulmões, e levar ao óbito.
ORIENTAÇÕES – Cabe salientar que o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) conta com equipe de profissionais que dão apoio no trabalho de controle da doença por meio de trabalhos educativos e de orientação nas residências, escolas públicas e particulares da cidade, além de empresas. A solicitação da visita orientativa deve ser feita por meio do SIP 156.
A SMS reforça que as pessoas que moram ou se deslocam para áreas de transmissão estejam atentas ao menor sinal de febre, dor no corpo, mal-estar, náuseas, vômito, diarreia e dor abdominal e que procurem um serviço médico informando que estiveram nessas regiões para fazer um tratamento precoce e evitar o agravamento da doença. Em Piracicaba, toda a rede de saúde está capacitada e orientada sobre o atendimento à doença e aos casos suspeitos.