Tamo junto e misturado

Walter Naime

Você sabe quem você é?

O conceito de “estamos juntos e misturados” é um exemplo para o caos organizado do mundo moderno, onde elementos de diferentes origens convivem, interagem e, às vezes, se fundem. Isso vale desde a física até a cultura pop, criando uma realidade em que a diversidade é a norma e a confusão, uma forma de arte. Vamos analisar como essas misturas acontecem e o que elas significam para nós?

“Tudo” abrange desde partículas até ideias malucas. Já o “nada” é a ausência total, um conceito que desafia nossa compreensão, especialmente porque, convenhamos, a mente humana adora preencher vazios com teorias. Esse contraste entre “tudo” e “nada” nos leva a questionar a essência da existência e como, ironicamente, até o nada parece estar cheio de alguma coisa.

Estar junto não significa necessariamente se misturar. Pense na gravidade que mantém a Lua “junto” da Terra sem que elas se fundam. Na sociedade, diferentes culturas e ideias podem estar juntas, mas nem sempre se misturam de verdade, o que pode ser bom para evitar um caldo cultural indigesto.

Misturar, por sua vez, é combinar elementos diferentes, como açúcar no café ou ketchup na pizza. Em química, isso pode significar juntar substâncias sem que elas formem algo novo. Na vida social, misturar culturas, ideias e modos de vida resulta em uma deliciosa salada mista de diversidade humana.

No mundo, as misturas podem ser homogêneas, como uma limonada bem mexida, ou heterogêneas, como aquela salada em que você tenta evitar o tomate. No campo genético, misturar genes cria diversidade, o que é ótimo para a evolução, desde que você não esteja falando de juntar o DNA de um gato com o de um cachorro – porque aí, bem, é melhor deixar a natureza seguir seu curso.

Percentuais são a linguagem do século XXI, especialmente em comerciais que adoram dizer que “99,9% das bactérias” são eliminadas por um certo produto. Eles simplificam a compreensão e tornam as estatísticas acessíveis, mas também servem para dar uma cara científica a promessas que, na verdade, podem ser 100% exageradas.

Quando elementos estão juntos, mas não misturados, como óleo e água, forças de coesão entram em cena, impedindo que as coisas se misturem. Para resolver isso, você pode agitar, aquecer ou adicionar um solvente. Em compostos, as misturas são estáveis quando as forças entre as moléculas estão em equilíbrio, o que é uma forma chique de dizer que tudo fica bem quando ninguém tenta se intrometer demais.

Geneticamente, a mistura de genes durante a reprodução cria novas combinações, garantindo que a vida não seja uma repetição chata. Gases nobres, por exemplo, são os introvertidos do mundo químico, preferindo ficar na deles em vez de se misturar com outros. Em plantas e animais, misturas genéticas são provocadas para criar novas espécies ou melhorar características específicas.

A frase “junto e misturado” pode ser vista como uma descrição da globalização, onde fronteiras se dissolvem e novas realidades surgem. Isso pode sugerir uma perda de identidade, mas também pode ser uma oportunidade para criar algo totalmente novo. E sim, há até um toque religioso nisso, onde a unidade e a totalidade se encontram.

Se misturarmos tudo a ponto de perder a individualidade, a vida pode se tornar sem sabor e sem a graça das diferenças. Mas, desde que saibamos equilibrar essa mistura com a preservação das características únicas, o mundo continuará a ser um lugar interessante. E, claro, o sorriso humano, símbolo universal de conexão, sempre terá seu espaço, mesmo em um mundo onde tudo parece estar junto e misturado.

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Walter Naime, arquiteto-urbanista, empresário

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