Rafael Jacob
Em 1909, Nilo Peçanha, o sétimo presidente do Brasil, inaugurou as primeiras 19 escolas de aprendizes, que hoje formam a base da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica. Este marco histórico evidenciou a crença de que a formação técnica e profissional é essencial para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e avançada. Desde então, os cursos técnicos têm se mostrado fundamentais para o progresso social e econômico do Brasil, capacitando jovens para o mercado de trabalho.
A formação técnica é uma ponte vital para a inclusão social e econômica. Essas escolas oferecem aos jovens a oportunidade de adquirir habilidades práticas que facilitam sua inserção no mercado de trabalho. Em um cenário de crescente industrialização e alta tecnologia, a demanda por mão de obra qualificada só aumenta. Trabalhadores bem treinados são necessários para operar novas tecnologias e processos industriais modernos, e é aqui que as escolas técnicas desempenham um papel crucial.
Em Piracicaba, já contamos com instituições renomadas como a ETEC (Escola Técnica Estadual), a FATEC (Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo) e o SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial). Apesar da excelência dessas instituições, há muito que pode ser feito em termos de políticas municipais para incentivar e apoiar ainda mais essas escolas.
Uma das primeiras medidas que a administração municipal poderia adotar é a melhoria do transporte público, garantindo linhas de ônibus que passem na porta dessas instituições em horários compatíveis com o início e término das aulas. Além disso, a prefeitura poderia promover Parcerias Público-Privadas (PPPs) para oferecer cantinas de qualidade e com preços acessíveis dentro das escolas, garantindo alimentação adequada para os alunos.
Outro ponto de grande relevância seria a criação de uma Olimpíada de Inovação, onde os alunos poderiam apresentar seus trabalhos de conclusão de curso e serem premiados. Isso geraria um estímulo significativo para todos os estudantes, incentivando-os a se dedicarem ainda mais aos seus estudos. Ademais, a prefeitura poderia instituir um programa de primeiro emprego em parceria com as indústrias da região, garantindo que todos os alunos formados já saiam empregados.
Uma campanha de divulgação para informar os jovens sobre as oportunidades de estudo e carreira nas escolas técnicas também seria fundamental. Incentivar uma educação multidisciplinar, onde os alunos resolvem problemas reais das indústrias locais durante o curso, é outra medida que pode ser extremamente benéfica. Isso não só prepara melhor os alunos para o mercado de trabalho, como também fortalece a conexão entre educação e indústria.
Piracicaba tem muito a ganhar com essas iniciativas. Garantir que nossos jovens estejam bem encaminhados pode ter um impacto positivo em diversos indicadores sociais, como a redução da violência e do desemprego. Além disso, ao fomentar um ambiente propício para o desenvolvimento de startups e incubadoras de empresas de base tecnológica, a cidade pode se consolidar como um polo tecnológico de referência.
A integração de faculdades como a ESALQ e a EEP a essa rede, permitindo que alunos de cursos técnicos possam continuar sua formação em engenharia, por exemplo, é uma estratégia que pode elevar ainda mais o nível de qualificação profissional em nossa cidade. A FATEC, com seu sistema de cursos Superiores de Tecnologia, se enquadra perfeitamente nessa rede de ensino integrada.
Ao conectar os jovens, o ensino técnico e tecnológico e as incubadoras de empresas, Piracicaba pode se tornar um exemplo de inovação e progresso. Investir em nossas escolas técnicas é investir no futuro de nossa cidade, garantindo um desenvolvimento sustentável e inclusivo para todos os piracicabanos.
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Rafael Jacob, Engenheiro Mecânico pela Universidade de São Paulo com Especialização na Universidade do Porto – Portugal