A Babilônia e a nossa sociedade de hoje

Alvaro Vargas

 

A história de nossa humanidade é repleta de exemplos lamentáveis de belicosidade e conquistas sanguinolentas. Uma delas foi a destruição de Jerusalém em 587 a.C. por Nabucodonosor, que forçou o exílio dos judeus para Babilônia onde eles permaneceram por quase 50 anos. Uma noite, o profeta Daniel, que se encontrava prisioneiro no palácio, foi chamado pelo rei para decifrar uma frase que apareceu na parede (escrita diretamente pelos espíritos), durante a realização de um banquete.

O rei Baltazar (neto de Nabucodonosor), vinha mantendo a mesma vida dissoluta e violenta de seus antecessores, prejudicando os seus súditos e todos os povos da região. Assustado com a frase “Mane, Thecel, Pharés” (Daniel, 5:25-28), teve o seu significado esclarecido: Mane (contou Deus o teu reino), Thecel (pesado foste na balança e achado em falta), Pharés (dividido foi o teu reino). Essa frase sintetizou a condenação por parte da Espiritualidade Superior, das iniquidades provocadas pela Babilônia, pois existe um limite no livre arbítrio individual e coletivo para todos nós. Naquela mesma noite, o reino babilônico deixou de existir, conquistado por Ciro (rei Persa), com o apoio dos medos. De acordo com Emmanuel, vivemos no momento uma situação similar, em que “o século que passa efetuará a divisão das ovelhas do imenso rebanho. O cajado do pastor conduzirá o sofrimento na tarefa penosa da escolha e a dor se incumbirá do trabalho que os homens não aceitaram por amor” (Cartas do Coração, Chico Xavier,1952).

A verdade é que com vinte séculos desde que recebemos a Boa Nova de Jesus, o homem pouco evoluiu no campo moral. Continua a recalcitrar no egoísmo e na violência, em um ciclo de guerras e corrida armamentista sem limites. Assim, é oportuno o convite que o espírito Emmanuel nos faz, para refletirmos sobre a “Lei de Ação e Reação”, citando que “com relação ao sofrimento, será justo lembrar, neste entardecer do segundo milênio da Era Cristã, os conflitos cruéis, as perseguições, os séculos de escravidão do homem na exploração e no rebaixamento do próprio homem, a conquista sanguinolenta de povos laboriosos e pacíficos. A rapinagem sobre comunidades indefesas, a pirataria impune ao longo dos mares, as fogueiras do ódio, em nome da fé eliminando vidas preciosas, o banditismo afidalgado e os múltiplos delitos que injuriaram a dignidade humana nos dez últimos séculos, e perguntemos a nós mesmos como deveriam ser os frutos de nossa própria sementeira” (Nascer e Renascer, Chico Xavier, 1982).

As profecias existem como avisos de acontecimentos que podem ou não ocorrer, dependendo de nossas atitudes. No Velho Testamento, temos um exemplo edificante de sua utilidade através da história de Jonas (800 a.C.), que recebeu a missão espiritual de ir até a cidade pagã de Nínive, capital da Assíria, cuja população tinham um comportamento violento e imoral. A tarefa consistiu em pregar ao povo, advertindo-os de que a cidade seria destruída caso não modificassem seu comportamento. Durante 40 dias ele fez as pregações e as suas palavras foram acolhidas, desde o próprio rei até o mais humilde servidor, e com essa demonstração de arrependimento, a cidade foi poupada pela Justiça Divina, se libertando de um carma doloroso.

Jesus, em seu amor por toda a humanidade, espera que possamos utilizar o nosso livre arbítrio para a paz e prosperidade de todas as nações, livre de qualquer conflito bélico, e a sua visão é otimista quanto ao nosso futuro, conforme as suas palavras “E quando as instituições terrestres reajustarem a sua vida na fraternidade e no bem, na paz e na justiça, depois da seleção natural dos espíritos e dentro das convulsões renovadas da vida planetária, organizaremos para o mundo um novo ciclo evolutivo, consolidando, com as divinas verdades do Consolador, os progressos definitivos do homem espiritual” (Há 2000 anos, Emmanuel & Chico Xavier).

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Alvaro Vargas, engenheiro agrônomo, Ph.D., presidente da USE-Piracicaba, palestrante e radialista espírita

 

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