O Pantanal em brasa

João Salvador

Ninguém sabe por onde andam os artistas rouanetistas que há três anos fizeram campanha de protesto contra as queimadas na Amazônia e no Pantanal. Esconderam-se no convescote do ideário político do “fogo amigo”. Um terço do Pantanal arde. Antes, sem noção, os “ecologeiros”, mandaram tirar o gado, o capim cresceu, secou e favoreceu os incêndios.

É inadmissível jogar a culpa no aquecimento global ou nas mudanças climáticas, uma vez que na Patagônia, o gelo aumentou e as ovelhas estão sendo tratadas pelos argentinos, porque a neve cobriu todo o pasto. Não se admite também que o agronegócio seja o vilão, sob a alegação de desmatamento para maior uso da terra. Os produtores rurais e os pantaneiros tradicionais são os maiores interessados em evitar os incêndios, pois, além dos impactos do fogo na biodiversidade, afeta também, a atividade econômica.

O Pantanal é conhecido pelas áreas alagáveis, porém, com a seca dos últimos anos, a fauna e a flora vêm sendo castigadas pelo fogo intenso. Animais carbonizados ou com queimaduras sérias e muitas árvores destruídas. Existe uma característica peculiar no Pantanal, que é o fogo de turfa ou “fogo subterrâneo”. São camadas de matéria orgânica formadas em profundidade no solo, ao longo dos anos, pela alternância de períodos de secas e cheias. De repente, as chamas chegam à superfície através de fendas ou rachaduras no solo, cujo controle exige vigilância e uma grande capacitação técnica.

Os incêndios, no Pantanal, na sua grande maioria, têm origem nas margens dos rios e estradas. As intervenções do poder público federal não surtem os efeitos desejados, por causa do despreparo da pasta do Meio Ambiente, no tocante ao monitoramento e na adequação de equipamentos para o controle. Acham que é um “fogo retroativo”.

Mas os progressistas da bolha da “agenda verde”, insistentes em desacelerar o mundo, por causa das mudanças climáticas, não aprenderam que enquanto houver a radiação solar, mares e oceanos, como controladores do clima, as mudanças serão cíclicas, com a  adaptação dos ecossistemas, sem que haja um desastre ecológico na biosfera. A menos que os vulcões decidam entrar numa escalonada erupção.

 

João Salvador é biólogo e articulista.

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