Salvação climática ou “Comédia do Absurdo”?

Gregório José

Quem diria, meus caros leitores, que o apocalipse climático seria combatido com pinceladas de tinta branca e fazendas verticais no meio das cidades? Não, isso não é um roteiro de um filme de comédia surrealista, mas sim as medidas que estão sendo adotadas na guerra contra o efeito estufa.

Li a reportagem sobre a taxação sobre o “pum” dos bovinos pela Dinamarca e fui pesquisar ideias mirabolantes que estão aí mundo afora e me deparei com algumas muito engraçadas, mas podem dar certo!

O mundo anda tão estranho que até os dinamarqueses resolveram taxar a flatulência dos bovinos. Sim, agora até os “puns” das vacas pagarão imposto.
Vamos começar pela brilhante ideia de pintar os telhados de branco. A lógica é simples: reflete a luz solar e mantém os edifícios mais frescos. Mas a verdade é que, se continuarmos nesse ritmo, daqui a pouco as cidades parecerão gigantescas festas de ano novo, com tudo branco e brilhando, só faltando as uvas e os fogos de artifício.

Já ouviu falar das algas marinhas? Pois é, esses pequenos seres aquáticos agora são nossos novos heróis. Em breve, não teremos fazendas de soja ou milho, mas sim vastos campos de algas balançando ao vento, como se estivessem dançando uma coreografia de balé subaquático. E se alguém inventar uma receita gostosa com algas, podemos até começar a comer esse superalimento do futuro. Quem sabe um sushi sustentável?

Agora, sobre as árvores nas cidades, parece uma boa ideia, não? Além de combater o CO², ainda fornecem uma sombra maravilhosa para aquele cochilo pós-almoço. Mas, cuidado! Com tantas árvores, talvez a próxima batalha seja contra os pernilongos gigantes que virão se esconder nas novas florestas urbanas.

As fazendas verticais são um espetáculo à parte. Imaginem arranha-céus inteiros dedicados a cultivar alfaces, tomates e quem sabe até bananas. No futuro, talvez compremos alface no vigésimo andar, logo ao lado do escritório. Isso sim é modernidade! E quem sabe não inventam um elevador com “play-list” de músicas relaxantes para nos acalmar enquanto subimos para comprar nossa saladinha orgânica.

Transformar resíduos orgânicos em energia é uma dessas ideias que fazem sentido e causam espanto ao mesmo tempo. Finalmente, o lixo será nosso aliado. Em breve, os restos do nosso almoço poderão iluminar nossas casas. Quem sabe a próxima inovação não será carregar o celular com o que sobrou do jantar?

E, claro, não podemos esquecer das vacas fitness. Alimentação balanceada, manejo eficiente e até academia para os bovinos. Tudo para que eles soltem menos metano. Imagine uma fazenda onde as vacas fazem ioga ao pôr do sol. Só falta a música zen para completar o quadro.

Por último, temos a captura direta de ar. Basicamente, grandes aspiradores sugam o CO² diretamente da atmosfera. Quem sabe no futuro não teremos um aspirador de CO² em cada esquina, ao lado da banca de jornais e do vendedor de churros?

No fim das contas, a luta contra o efeito estufa está se tornando uma verdadeira comédia do absurdo. Medidas criativas, inusitadas e, por vezes, hilárias, mostram que a humanidade não perde a capacidade de rir, mesmo diante dos desafios mais sérios. Afinal, como dizia o grande poeta: “Rir é o melhor remédio”. E, nesse caso, parece ser também uma das estratégias mais criativas para salvar o planeta.

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Gregório José, jornalista, radialista e filósofo

 

 

 

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