Mostra Almeida Junior – A arte de Lucia Ricobelo, Medalha de Ouro este ano

Lucia Ricobelo, Medalha de Ouro deste ano na Mostra Almeida Júnior

 

Ex-aluna de Pacheco Ferraz, Lucia Ricobelo lembra-se com carinho dos seus dias ao lado do velho mestre da pintura em nossa cidade

A artista plástica piracicabana Lucia Ricobelo foi a grande vencedora com o prêmio “Medalha de Ouro”, na mostra Almeida Junior deste ano, categoria dos trabalhos de arte contemporânea. Ex-aluna de Pacheco Ferraz, lembra-se com carinho dos seus dias ao lado do velho mestre da pintura em nossa cidade. “Uma vez me pediu para levar uma garrafa de vinho na aula. Achei estranho, mas, eu, que não gosto de beber, acabei fazendo companhia ao mestre para uns golinhos entre as pinceladas que ele me ensinava a fazer. E a ir construindo minha identidade como artista”, conta.

Sobre a premiação na Almeida Jr. Deste ano, ela destacou “foi surpresa, não estava esperando! O carvão, técnica que o professor Pacheco Ferraz trouxe da França e me passou tudo! Sou muito grata a ele. Professor inesquecível! O impressionismo foi mais uma delas.”

E registrou também que “foi com através da técnica do carvão, que consegui as melhores premiações alcançadas! Um primeiro lugar numa exposição organizada no Lar dos Velhinhos e agora com esta, na Almeida Junior. Estou duplamente reconhecida e muito honrada.”

A artista plástica piracicabana Lucia Regina Agosta Ricobelo, ariana do mês de março, tem nas artes um dom que vem desde seus outros tempos. Primeiro a paixão foi pelo piano, com quem começou a dedilhar suas notas iniciais. Filha de Fábio e Leonilda Agosta; casada com Armando Ricobelo; mãe de Luciana e avó de Letícia. Desde criança, gostava de pintar o corpo com mertiolate e suas bonecas com canetinhas coloridas, realçando-lhes a face.

Mas foi entre lápis de cores, papeis brancos, telas, pinceis e tintas, que encontrou sua mais importante forma de expressão. Nas suas telas, com traços em carvão, óleo sobre tela, grafite, aquarelas e acrílica, foi construindo o seu imaginário pessoal e particular. Prefere o recanto do seu ateliê instalado num dos condomínios da cidade a muita badalação.

Estreou nas artes plásticas em Rio Claro, em 1998, durante o XVI Salão de Belas Artes daquela cidade, e desde então frequentou com assiduidade os salões de belas artes e arte contemporânea de Piracicaba e outras cidades, até chegar a uma exposição coletiva e memorável, para ela, no Museu do Louvre, em Paris, em 2013. Vem da França uma das suas inspirações nas artes, Claude Monet. E daqui, das barrancas do rio Piracicaba, seu primeiro professor Antonio Pacheco Ferraz.

“Sempre fui uma observadora da natureza”, por isso suas maiores inspirações em retratar a natureza, seus pássaros e flores. Festas e tradições de Piracicaba, como a Festa do Divino também compõem o seu vasto repertório temático. Mas não desgruda também o seu olhar atento e competente para faces, pessoas, dividindo suas concepções artísticas entre escolas tradicionais como a das belas artes e os desafios da compreensão sem limites da arte contemporânea, cujos quadros mais recentes decoram a sala da casa da artista em nossa cidade.

“O minério é um ótimo material para desenhar e consegue diferentes efeitos de acordo com a intensidade dos riscos. A limpeza e correção igualmente são mais fáceis, só com um pano bem passado”, explica. E completa: “Às vezes acordo pintando, noutras vou dormir só após terminar um quadro”.

Ela prefere não padronizar, nem definir suas preferências por estilos, pois transita com desenvoltura entre o clássico e o contemporâneo, habilidades adquiridas quando foi aluna do pintor piracicabano Antonio Pacheco Ferraz, virginiano nascido em setembro de 1904, que fez parte ativa do Salão de Belas Artes de Piracicaba, onde atuou como membro do júri e foi premiado por diversas vezes. Foi de Pacheco o primeiro empurrão para que Lucia participasse de uma exposição de artes, ela foi e ganhou uma premiação.  Aliás, sua última aluna, “Devo a ele a motivação pelo ofício. Toda vez que vou pintar lembro-me dele”, afirma Lucia.

Há uma breve biografia sua no Anuário dos Artistas Plásticos de Piracicaba, publicado no ano 2000. Na página 103, além do seu curriculum resumido, estão uma pintura da Casa do Povoador e um fundo de paisagem, ambas feitas com óleo sobre tela.

Daqui, sua obra atravessou o Atlântico e foi parar em espaços como o Louvre de Paris; Victória House, de Londres; Laurenskert, de Roterdã; Convention Center do Qatar. Participou também do Circuito Internacional da Arte Brasileira no College de Art na Europa, África, América do Sul e América Central e várias outras mostras de arte pelo interior do Estado de São Paulo e pelo país.

De Piracicaba, ganhou prêmios nas mostras Almeida Júnior, Salão de Belas Artes e Arte Contemporânea. No 53º Salão de Belas Artes, conquistou a  medalha “Eugênio Luís Losso”. Possui obras em várias residências de colecionadores locais, no Lar dos Velhinhos, na Santa Casa, no 16º Grupamento de Bombeiros, entre outros espaços.

Com o quadro intitulado “Janela do Tempo”, em que retrata uma senhora idosa debruçada sobre uma janela, ganhou uma medalha de ouro numa mostra no Lar dos Velhinhos, ocasião em que a instituição homenageou Archimedes Dutra.

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SERVIÇO

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