Medicalizar, Patologizar, Excluir

Nossa sociedade se transformou estruturalmente. Ajudada pela globalização passou a ter uma organização tribal, por comunidades. Isso tem reflexos diretos na família e na escola, nossas primeiras experiências em sociedade.

Não podemos contestar a contribuição da neurociência para nosso bem-estar, contudo a medicalização tem tratado problemas de natureza sócio-econômico-cultural com drogas. Para Maria Salum, Doutora em Psicologia e integrante do Núcleo de Saúde do CRP/SP, antidepressivos podem ajudar as pessoas desde que não reduzam o sofrimento psíquico ao ponto de o tornarem crônico.

Para Maria Aparecida Affonso Moysés, Professora Titular da UNICAMP, “o método clínico cresce porque acalma conflitos”. Atribuir a causa de uma dificuldade escolar a uma doença isenta pais, educadores e governos de suas responsabilidades. Numa sociedade imediatista, recorrer a um comprimido é uma idéia altamente tentadora.

Pais e educadores se encontram perdidos diante de problemas dessa nova ordem social e lhes aplicam velhas fórmulas. Antes vivíamos numa sociedade vertical, hierarquizada. Agora horizontalmente organizada precisamos inventar soluções para novos problemas. Em nossa incompetência, “a biologização de questões sociais passou a ser a resposta rotineira para os conflitos sociais”, como afirma Cida Moysés. Os efeitos disso recaem sobre o aluno que acaba sendo o único responsável por toda a situação.

 

Fonte: Psi Jornal de Psicologia CRP/SP – nº 155.

 

10% das espécies de peixes trocam de sexo uma vez na vida. Passam de macho a fêmea e vice-versa. A inversão ocorre quando a proporção entre os dois sexos sofre desequilíbrio. Assim, aumenta a chance de acasalamento.

 Sou bissexual e conheci um cara faz pouco tempo. Ele foi o primeiro homem que saí e me apaixonei por ele, mas só fala para deixar rolar, deixar acontecer. O que eu vejo é que ele não quer, mas não diz isso. Será que ele está me usando, brincando com meus sentimentos? Preciso parar de correr atrás.

Adão, 21.

Meu amigo, as dúvidas que levanta em sua questão não são exclusivas de relacionamentos como o seu. Ocorre com quem está amando, apaixonado, envolvido. Nossas expectativas nem sempre são correspondidas no mesmo grau e intensidade que investimos no ser amado. Essa defasagem qualitativa e quantitativa pode nos levar à idéia de não correspondência, mas tome isso como hipótese.

Com sua idade e nessa sociedade a atitude das pessoas frente à sexualidade está sem norte, sem fixação num objetivo claro e definido. Então talvez o fato de se apresentar como bissexual não seja definitivo em sua vida. Pode sim ser uma opção, mas a homo ou heterossexualidade explícita na questão não está clara a você, é o que me parece.

Mas voltando, da mesma forma que sua sexualidade pode estar em processo de delineamento, os sentimentos da pessoa citada também podem estar confusos a ela e não saber o que realmente quer da vida e consigo mesma, são muitas as possibilidades.

O importante é ter claro o que deseja em sua vida. Sem isso pode sempre ficar à mercê do outro.

 

 

 

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