José Renato Nalini
O mundo contemporâneo é desafiador e reclama singular protagonismo. A competitividade faz com que a busca de eficiência e aprimoramento seja contínua. Uma das tendências sedutoras é procurar fazer melhor aquilo que já se faz bem.
Quando se mergulha na rotina, corre-se o risco de fossilização. Aquela teoria do “faz-se assim porque sempre se fez assim” é nefasta. Inibe a criatividade e a vontade de experimentar mudanças.
Esse nicho fez surgir uma especialidade que está em alta: a metodologia ágil. O profissional que trabalha com isso é chamado agilista, “agile coach” ou “scrum master”. Muitas empresas procuram pessoas que consigam otimizar processos internos, conferindo maior eficiência e celeridade à linha de produção.
O que esse especialista tem de fazer? Pensar em ciclos curtos de experimentação, valendo-se das tecnologias disponíveis e sem receio de inovar. Tudo para quebrar a rotina do trabalho compartimentado ou em cadeia, no estilo departamentalizado. Hoje tudo se deve fazer em rede.
Para isso, é necessário estimular a criatividade e a vontade de experimentar novas rotas. O segredo é construir habilidades que implementem uma cultura ágil na empresa. A regra é o pragmatismo, a liberdade para enxergar com olhos novos aquilo que se fazia rotineiramente, sem pensar que tudo pode ser mais rápido, mais perfeito e mais seguro.
Essa é uma linha a ser seguida por todos aqueles que reconhecem a falência da educação convencional, relegada à velha prática de adestrar o educando, para que decore informações e deixe de pensar. O mundo mudou: os dados estão hoje disponíveis. Até em excesso! A urgência é saber o que fazer com eles.
Por isso é que aquela velha praxe de aulas expositivas deve ceder espaço à resolução de problemas reais, com enfrentamento de questões aparentemente irresolúveis, mas que podem merecer resposta adequada, se a juventude, estimulada a pensar criticamente, se dispuser a encontrar fórmulas viáveis de solução.
Isso também faz com que seres pensantes fora da escola, exercitem na prática o seu dever de educar, exatamente como manda a Constituição Cidadã de 1988: a educação, direito de todos, é dever do Estado e da família, com a colaboração da sociedade.
Ou seja: ninguém está dispensado de contribuir para superar o gap na formação das novas gerações, ainda apegadas a mitos falaciosos, que depois se mostrarão fator eficaz da frustração de tantos talentos.
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José Renato Nalini, reitor da Uniregistral, docente da Pós-Graduação da Uninove, presidente da Academia Paulista de Letras (APL)