Hospital Unimed já atendeu mais de três mil casos suspeitos de Covid-19

O infectologista e coordenador do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) do Hospital Unimed, Hamilton Bonilha, faz um balanço dos últimos dias de isolamento social, que tem registrado índices baixíssimos, quando comparado com o percentual recomendado pelas autoridades de saúde do Estado e, ainda, detalha ações que a cooperativa médica tem desenvolvido ao longo da pandemia global para oferecer ao mais de 180 mil beneficiários da cidade e região atendimento de qualidade e assertivo. Confira a entrevista.

O número de casos de coronavírus na cidade tem aumentado. Podemos entender que chegamos ao pico?

Nas últimas semanas, observamos aumento progressivo no número de casos da doença Covid-19, causada pelo vírus Sars-Cov2, com necessidade urgente da ampliação de leitos, principalmente de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) nos hospitais públicos e privados de Piracicaba e região. As epidemias diferem entre estados e municípios, mas, especificamente na cidade, enquanto o número de novos casos e óbitos registrados por dia estiver crescendo não é possível dizer que chegamos ao pico da curva de contágio. Este pico indica que um número máximo de pacientes suscetíveis já teve contato com o vírus, fato este ainda distante de ocorrer.

De que maneira a população pode contribuir para diminuir a incidência?

A população precisa se conscientizar sobre a gravidade desta doença que afeta não apenas a saúde, mas a economia e o convívio social. É uma doença viral aguda que não tem tratamento específico e vacina. Portanto, a melhor forma de combatê-la é a prevenção. Devido ao alto risco de contágio, o isolamento e distanciamento social associados à higienização constante das mãos, uso obrigatório de máscara facial, preferência por lugares arejados, evitar aglomerações de pessoas, individualizar utensílios de uso único e afastamento do serviço mediante sintomas são medidas fundamentais para reduzir a incidência da doença. Essas medidas preventivas necessárias dependem da colaboração das pessoas, mas também das facilidades para que elas possam ocorrer mediante as ações do setor público e privado, com o objetivo do município alcançar os critérios para mudança de fase da retomada da economia e não retroceder, como aconteceu em outras cidades do Estado. Os indicadores que norteiam esses critérios estão baseados na capacidade do sistema de saúde e na evolução da epidemia, que depende, exclusivamente, da adesão a essas medidas de prevenção.

Sobre os tipos de testes para diagnosticar Covid-19, quais as diferenças e em quais momentos são indicados?

Existem dois tipos de exames para diagnosticar esta doença. Um que detecta o vírus Sars-Cov2 através da secreção nasal e oral do paciente, na primeira semana dos sintomas, sendo o ideal coletar entre o 3⁰ e 7⁰ dia. Este exame é considerado “padrão ouro” de diagnóstico. O outro teste é o sorológico, que detecta os anticorpos (defesa) contra o vírus através das imunoglobulinas M (fase aguda) e imunoglobulinas G (fase tardia), que começam a aparecer a partir do 8º dia dos sintomas (teste rápido e sorologia).

Como esse vírus se mostra diferente das demais infecções?

Apesar, de na maioria das vezes, apresentarem sintomas semelhantes ao da gripe (vírus Influenza), como febre, tosse, falta de ar e coriza, esta nova doença sistêmica, que tem como o órgão principal o pulmão, pode apresentar
manifestações com sintomas característicos não encontrados na gripe, como perda do olfato e paladar, diarreia, vômitos, dor abdominal e lesões de pele. Outras manifestações generalizadas que podem ocorrer são as
complicações neurológicas, oculares, cardiovasculares e intestinais provenientes da formação de trombos e coágulos sanguíneos. Existem relatos em portadores de eventos sérios como trombose venosa profunda, embolia
pulmonar, acidente vascular cerebral (AVC) e infarto agudo do miocárdio (IAM).

Como responsável pelo SCIH (Serviço de Controle de Infecção Hospitalar) do Hospital Unimed, comente sobre os protocolos para diagnóstico e tratamento de Covid-19.

Com a experiência bem sucedida de países que enfrentaram a pandemia antes do Brasil, como a Coréia do Sul que teve poucos casos confirmados e baixa taxa de letalidade, decorrente de ações que visavam diagnosticar o maior número de pessoas para tratamento adequado e isolamento preventivo, a Unimed Piracicaba fez a sua lição de casa. Colocou à disposição dos beneficiários todos os exames disponíveis no mercado brasileiro (pesquisa viral, teste rápido e sorologia), que com as respectivas indicações, respaldadas por protocolos institucionais, consegue oferecer uma assistência de qualidade aos clientes.

O Hospital Unimed Piracicaba tem sido referência em relação ao atendimento exclusivo com tenda na área externa e, ainda, em quantidade de pacientes testados na cidade?

O beneficiário Unimed deve ficar tranquilo quanto às medidas de prevenção no Hospital Unimed e estar ciente que a instituição se adequou para o combate à epidemia, objetivando a assistência qualificada específica para casos suspeitos e confirmados desta doença, desde tenda do Pronto Atendimento Sintomas de Gripe, em externa, construída no estacionamento, até elevador exclusivo para acesso à enfermaria com leitos de isolamento, aos 15 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) apropriados para esta patologia e a disponibilidade dos procedimentos diagnósticos com rapidez nos resultados. A tenda é o maior exemplo da preocupação da instituição em relação a minimizar os riscos de transmissão, desde o atendimento aos casos suspeitos,
realização dos exames diagnósticos e avaliação quanto à gravidade da doença para tomada de decisão quanto a necessidade de internação. Desde o início da pandemia até o último dia 10 de junho, tivemos um total de 2.942
atendimentos, com 1.804 testados, 574 positivos e 11 óbitos. Uma positividade dos casos testados de 61,3% e uma letalidade de 1,9%. Neste momento, o número de diagnósticos realizados pelo hospital está acima dos
50% dos casos notificados pelo município de Piracicaba neste mesmo dia (1.103 casos confirmados e 43 óbitos). Esses resultados comprovam a qualidade da assistência do Hospital Unimed, com foco na prevenção,
diagnóstico e tratamento.

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