Gregório José
Vamos tentar mergulhar em uma questão profunda e urgente: o perfilamento racial institucionalizado. Um tema complexo, que ganha cada vez mais destaque não apenas aqui no Brasil, mas também em diversos países ao redor do mundo.
(O termo perfilamento racial é associado às abordagens policiais, no âmbito da atividade ostensiva de policiamento, assim como às cometidas por seguranças privados, e consiste em prática discriminatória, calcada em estereótipos e no tirocínio de policiais e agentes de segurança particular.)
O que é o perfilamento racial institucionalizado senão a expressão mais nítida de como o preconceito e a ideologia podem se infiltrar nas estruturas que deveriam garantir a segurança e a justiça para todos? Quando agentes de segurança pública ou privada utilizam estereótipos e suposições baseadas na raça de um indivíduo para determinar suas ações, estamos diante de uma manifestação alarmante de injustiça.
O perfilamento racial nas instituições é uma prática inaceitável que fere os princípios fundamentais de justiça, igualdade e dignidade humana. Esta forma de discriminação, baseada em estereótipos e preconceitos raciais, é profundamente prejudicial e corrosiva para a coesão social e a confiança nas instituições responsáveis pela segurança e proteção dos cidadãos.
No Brasil e em muitos outros países, vemos esse fenômeno se enraizar cada vez mais, como uma erva daninha que cresce nas brechas da sociedade. Posições ideológicas extremas ou simples preconceitos alimentam esse ciclo vicioso, que não apenas viola os direitos fundamentais das pessoas, mas também mina a confiança nas instituições encarregadas de proteger os cidadãos.
A luta contra o perfilamento racial institucionalizado é uma batalha que exige não apenas políticas públicas mais justas e transparentes, mas também uma mudança profunda na mentalidade e na cultura das organizações responsáveis pela segurança. É preciso investir em formação, em conscientização e em mecanismos de prestação de contas que garantam que o poder não seja usado como instrumento de discriminação.
Neste momento crucial, cabe a todos nós, como cidadãos conscientes e responsáveis, levantar nossas vozes contra essa prática abominável. Somente com a união de esforços poderemos construir uma sociedade onde a justiça e a igualdade sejam verdadeiramente respeitadas, independentemente da cor da pele de cada indivíduo.
É imperativo que condenemos veementemente o perfilamento racial institucionalizado e adotemos medidas concretas para combatê-lo. Isso inclui a implementação de políticas claras e transparentes, a formação adequada dos agentes de segurança e o fortalecimento dos mecanismos de prestação de contas para garantir que todos sejam tratados com dignidade e respeito, independentemente de sua raça ou etnia. A verdadeira justiça só pode ser alcançada quando todos os membros da sociedade são tratados como iguais perante a lei.
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Gregório José, jornalista, radialista, filósofo