O Prefeito Barjas não gosta de ser fiscalizado

Laércio Trevisan

 

Como pode uma cidade que “perde” R$ 24 milhões em arrecadação, rescindir um contrato com a empresa de ônibus que prestava serviços à comunidade e ter que pagar mais R$ 30 milhões pela ação? Jamais desqualifiquei meus colegas de parlamento ou aos dignos funcionários do município, por quem trabalho incessantemente.
Esforcei-me / esforçamo-nos todos os 21 vereadores que votaram a minha proposta para dar ao Prefeito Municipal, liberdade e autonomia na condução dos rumos da cidade em plena pandemia e o que temos visto, assina um decreto num dia, a justiça suspende no outro, assina outro decreto em outro dia liberando o comércio por oito horas, o Ministério Público, dias depois, recomenda que seja reduzido o horário do comércio para 4 horas, e o Prefeito reduz o horário do comércio, sem que a sociedade saiba, de repente, a Justiça desaloja inúmeras famílias num assentamento, sem providências ou emoções de parte da Prefeitura.
Cabe ressaltar Senhor Prefeito, quando afirma em suas declarações que o vereador não pode continuar com seu discurso e a fiscalização sobre sua administração, ou seja, devo sim continuar a fiscalizá-lo de acordo com o artigo 31 da Constituição Federal de 1988, pois é claro para todos, inclusive para o Tribunal de Contas, o Ministério Público e o Poder Judiciário, sobre suas irregularidades e improbidades administrativas, já julgadas contra o erário público e outras centenas que transitam no Poder Judiciário.
A autoridade pública está em xeque neste momento, conturbado e todas as vozes têm que ser respeitadas neste momento. Vários vereadores, ex-prefeitos e outras autoridades públicas lançaram apelos para que se criasse na cidade um comitê suprapartidário para ajudá-lo na reflexão dos problemas locais nestes dias de maiores dificuldades, sem que vislumbrassem, por parte do Sr. Prefeito, qualquer gesto de aproximação.
Também Sr. Prefeito, este vereador descobriu no dia de ontem (09/06/2020), que houve propositura de mais de 1100 ações por parte de servidores públicos municipais que ingressaram através de seus advogados na Justiça do Trabalho sobre o pagamento errado de férias durante os 3 mandatos de Prefeito de Vossa Excelência até dezembro de 2019, em desacordo com a súmula 450 do TST, ou seja, o qual já originou mais de 100 ações com trânsito em julgado. Segundo cálculos ocorrerá um rombo de mais de R$ 20 milhões aos cofres públicos.
Seu cansaço é visível. O cansaço de sua equipe, que atua ao seu lado há quase vinte anos, é visível. Ninguém está mais confortável com a situação de governo que temos na cidade. Dia desses, em pronunciamento em programa de emissora local, parlamentar desta Casa consignou que vivemos um momento de “miopia governamental, de mesmice, do mais sobre o mesmo”, que ocorre na gestão do vosso governo e equipe.
A cidade ampliou sua apreensão contra o velho PSDB, por que já demonstra seu descontentamento e o Sr. Prefeito já começa a se assustar com os números que as pesquisas de opinião pública vêm revelado sobre o seu trabalho como gestor. Esse seu terceiro mandato está lhe /nos custando caro demais.
Esta lenta agonia leva-o a um momento ímpar na sua história e isso o desagrada e vozes que não acompanham as suas determinações devem ser eliminadas ou caladas, para não entristecê-lo, não aborrecê-lo. Ao contrário, prepare-se para uma enxurrada de críticas que virão da parte das lideranças comunitárias e sociais desta terra quando o perigo da pandemia passar e quando o debate eleitoral for aberto de fato.
Foram-se os dias gloriosos dos primeiros mandatos, com o dinheiro irrespondível irrigado pelos desgovernos do PT, que nos levaram ao caos. Nos ruídos do seu terceiro mandato, ou seja, irresponsável é o Sr. em tentar pleitear um quarto mandato mesmo inelegível pela justiça e impedir a cidade de Piracicaba de ouvir e conviver com outros olhares, outras vozes e outros jeitos de governar, mas quem sabe a justiça faça justiça
Não queremos mais Águas do Mirante, Ambiental, Tupi (Via Ágil) e outras parcerias que o Sr. trouxe para desespero de Piracicaba. Suas decisões equivocadas nunca levaram Piracicaba a primeiro lugar nenhum nas prestações de serviços públicos. É uma afirmação deslavada de fatos narrados por vossa senhoria sobre minha pessoa e de sua gestão atual, que o Sr. tenta vender à população. Sua hora está chegando. Basta Sr. Barjas Negri!
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Laércio Trevisan, vereador, presidente do PL em Piracicaba

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