Uma “Paixão” impactante!

Elson de Belém

 

O espetáculo Paixão de Cristo de Piracicaba apresentou à sua 34ª edição, mantendo a tradição de retratar a história da crucificação e ressurreição de Jesus Cristo. O evento, que costuma reunir milhares de pessoas todos os anos, é uma das encenações mais emocionantes e impactantes da Semana Santa. Com um elenco dedicado e uma produção de alta qualidade, o espetáculo se comprometeu mais uma vez emocionar e encantar o público que se reuniu nos 5 dias de apresentações no Parque do Engenho Central para assistir a essa manifestação artística e religiosa.

Através de uma abordagem fiel aos relatos da Bíblia, recriando os eventos que levaram à crucificação de Jesus Cristo, com realização da Associação Guarantã, Prefeitura de Piracicaba e Secretária de Ação Cultural – SEMAC, junto aos diretores do espetáculo, Raul Rozados e Carla Sapuppo, se dedicaram a capturar a atmosfera e o contexto da época, utilizando cenários, figurinos e diálogos que remetessem à Jerusalém antiga. O Engenho Central como local especifico para encenação por conter elementos que lembram a passagem de Cristo na terra, é um espaço ao ar livre, preparado para acomodar um grande número de expectadores, proporcionando uma atmosfera mais intimista e imersiva para a encenação. É importante considerar aspectos como iluminação, som e acessibilidade para garantir uma experiência memorável para o público. Além disso, os diretores se esforçaram para transmitir a mensagem de redenção e amor presentes na narrativa da Paixão de Cristo, buscando sensibilizar o público sobre a importância desse evento na história da humanidade. Com isso, conseguiram resgatar a tradição do espetáculo de forma autêntica, proporcionando uma experiência emocionante e reflexiva para o expectador. Com atuações emocionantes, figurinos elaborados e uma produção de alta qualidade, o espetáculo foi muito bem recebido pela crítica e pelo público, sendo considerado uma das melhores encenações da Paixão de Cristo já realizadas. Foi realmente uma experiência única e marcante para quem teve a oportunidade de assistir e estar no elenco.

Nesta edição, o elenco principal da Paixão de Cristo entregou-se de corpo e alma para trazer os melhores resultados possíveis. Entre eles, destacam-se: Charles Mariano no papel de Jesus Cristo, Magna Eliez como Maria, atores que interpretaram Satanás, Vagner Chiarini como Pilatos, José Moretti como Herodes Antipas, Felipe James como João Batista, Diego Borges no papel de Judas, Edvar Bhual como discípulo Pedro, Jeane Rigatto como Adultera, Adalmir Alves como Barrabás e todos os demais atores, entre eles o “povo”, são extremamente importantes para a trama, cada um dedicou-se intensamente ao papel que desempenhou, mergulhando na história e nos sentimentos dos personagens para transmitir a emoção e a profundidade da narrativa bíblica. O resultado final foi uma interpretação intensa e realista que tocou o publico que lotou todas as sessões. Mediante a esse resultado o espetáculo é considerado como grande destaque, colocando a cidade de Piracicaba como referencia neste segmento teatral, por se tornar um evento reconhecido internacionalmente que atrai turistas de diversas partes do Brasil e do mundo,  é considerada uma das mais renomadas produções realizadas desde 1990, sendo elogiada pela qualidade artística, emocional e espiritual da representação, um dos maiores eventos teatrais religiosos do Brasil e continua a emocionar e inspirar pessoas de todas as idades e crenças. Cada um desempenha um papel fundamental na narrativa e na representação da história da crucificação de Jesus Cristo. A participação de todos os atores, independentemente do tamanho de seus papéis, contribui para a beleza e o impacto emocional do espetáculo. É importante valorizar e reconhecer o trabalho e dedicação de cada um, pois todos têm sua importância e fazem parte da magia do espetáculo.

Como sempre nos bastidores o clima era de harmonia e colaboração entre todos os envolvidos. Os atores, diretores, figurinistas, cenógrafos, iluminação, produção e todos os integrantes da equipe trabalharam juntos para criar uma representação emocionante e autêntica do sacrifício de Jesus Cristo. Há um profundo respeito pela história e pela mensagem que está sendo transmitida, e todos se dedicaram com afinco para fazer justiça ao tema sagrado. Antes das apresentações foram realizadas orações e saudações, desejos de boa sorte, momentos de profunda espiritualidade, onde todos se uniram em um propósito comum de transmitir a fé e a devoção que permeiam a história da Paixão de Cristo.

Apesar dos desafios e da complexidade da produção, o ambiente nos bastidores é de cooperação e respeito mútuo. Todos entendem a importância do trabalho em equipe e se esforçam para manter o clima leve e amistoso, mesmo diante das pressões e exigências da apresentação.

O resultado desse clima harmonioso nos bastidores se reflete no palco, onde o público pode assistir a uma emocionante e autêntica representação da Paixão de Cristo, capaz de tocar os corações e despertar a fé em cada expectador. É essa união de esforços e devoção que torna a Paixão de Cristo uma experiência tão especial para todos os envolvidos.

Eu participo pela quinta vez como ator e este ano na pele do vilão Anás ao lado de Caifás e demais importantes sacerdotes e líderes religiosos judeus que conspiram contra Jesus. Ele é um sumo sacerdote que questiona e acusa Jesus durante o seu julgamento antes de sua crucificação. Anás é retratado como alguém que está determinado a condenar Jesus, ignorando qualquer evidência em contrário. Sua participação na história reflete a hostilidade e resistência das autoridades religiosas da época em relação ao ensinamento de Jesus. No contexto da Paixão de Cristo, Anás e Caifás eram duas figuras importantes da religião judaica. Anás era o sumo sacerdote emérito e Caifás, seu genro, o sumo sacerdote em exercício na época da crucificação de Jesus. Ambos estavam envolvidos no julgamento e condenação de Jesus perante as autoridades religiosas judaicas e romanas. Anás e Caifás são frequentemente retratados como vilões na narrativa da Paixão de Cristo por terem conspirado para condenar Jesus à morte.

Aproveito para agradecer imensamente pelas novas amizades e a oportunidade de fazer parte desse espetáculo incrível. Mais uma vez foi uma experiência única e enriquecedora que jamais esquecerei. Obrigado por confiarem em mim e por todo o apoio e suporte dos profissionais, durante a preparação e apresentação. Fico muito grato por ter feito parte desse projeto maravilhoso. Espero poder colaborar novamente em futuras oportunidades. Muito obrigado!

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Elson de Belém, editor da Coluna Pirarazzi, ator e produtor cultural

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