Imunobiológicos para asma e rinite alérgica

Douglas Alberto Ferraz de Campos Filho

 

A asma é uma doença crônica muito comum em crianças e adultos, causada pela inflamação das vias aéreas. Considerada um problema de saúde mundial, ela é uma das principais causas de internações e de absenteísmo na escola e no trabalho.

De acordo com a SBPT (Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia), a doença acomete cerca de 300 milhões de pessoas em todo o mundo. Só no Brasil, são aproximadamente 20 milhões de pacientes asmáticos. E, em decorrência da doença, três a seis pessoas morrem por dia no país.

A boa notícia é que os imunobiológicos têm se tornado um dos grandes aliados no tratamento de pacientes com asma grave. A seguir, vamos explicar sobre esse remédio de última geração, que tem se mostrado bastante eficaz.

Para fazer o diagnóstico da asma, primeiramente o médico avalia os sintomas do paciente. Geralmente, os principais são:

Falta de ar;

Dificuldade para respirar;

Tosse;

Chiado no peito;

Sensação de aperto no peito;

Cansaço;

Dificuldade para fazer as tarefas cotidianas.

É importante lembrar que os sintomas costumam apresentar piora no período noturno e pela manhã, ao acordar.

Diante da análise do quadro do paciente, o médico solicitará uma espirometria. Também chamado de prova de função pulmonar ou exame do sopro, esse teste mede a quantidade de ar que o paciente consegue inspirar e expelir durante a respiração bem como a velocidade desses fluxos respiratórios.

Como funciona o tratamento com imunobiológicos?

Em primeiro lugar, é importante entender que a asma pode se manifestar de maneiras muito diferentes em cada paciente. Inclusive, é possível apresentar variações de manifestações de sintomas, forma que ocorre e interfere na vida do paciente ao longo de sua vida.

Por isso, os tipos e as doses dos medicamentos podem ser diferentes. No caso dos imunobiológicos, são indicados para pacientes com asma grave, como uma forma de complemento ao tratamento tradicional.

Lembrando que asma grave é aquela em que, mesmo seguindo o tratamento indicado, não há o devido controle da doença. Ele continua com sintomas, crises e hospitalizações, e, além

disso, convive com falta de ar, chiado no peito e tosse seca, chegando a abandonar suas atividades físicas e até mesmo o trabalho.

A asma grave também requer medicamentos oral e inalatório, com altas doses de corticoide, cujo uso contínuo pode causar diversos efeitos negativos, como inchaço, infecções, diabetes, entre outros problemas.

Nesses casos, a nova terapia com uso de imunobiológicos vem se mostrando muito eficaz, melhorando significativamente a vida dos pacientes. Aplicados geralmente por via subcutânea ou endovenosa, esses remédios têm apresentado  bons níveis de aceitação por parte de pacientes que não apresentam boas respostas à terapia padrão.

O objetivo dos imunobiológicos é reduzir a inflamação dos brônquios e, com isso, controlar as crises de asma e os números de internação. Com o medicamento, o paciente também pode diminuir as doses de corticoide oral, o que resulta em melhora na qualidade de vida.

Mas é importante ressaltar que nem todo asmático grave está habilitado a se tratar com os imunobiológicos. É preciso ter um perfil clínico e laboratorial compatível e a quantidade de crises apresentadas pelo paciente deve ser considerada para realizar tal indicação.

Por fim, vale destacar que o uso de imunobiológicos para tratamento de asma é classificado como de alta complexidade. Por isso, é fundamental consultar um especialista para que seja feito o diagnóstico correto do quadro clínico do paciente.

No Brasil, temos atualmente aprovados os seguintes medicamentos imunobiológicos para o tratamento do paciente com asma:

Omalizumabe: Trata-se de um anticorpo anti-IgE. Está indicado para pacientes com asma grave alérgica;

Mepolizumabe e benralizumabe: Trata-se de anticorpos anti-IL5. Estão indicados para pacientes com asma grave eosinofílica;

Dupilumabe: Trata-se de anticorpo anti-IL4 e anti-IL13. Está indicado para pacientes com asma grave com inflamação tipo 2 caracterizada por eosinófilos elevados no sangue e/ou FeNO (fração exalada de óxido nítrico) aumentada nas vias aéreas.

Com uma avaliação precisa da asma grave e das particularidades de cada quadro, o profissional poderá indicar o melhor tratamento e o uso adequado de imunobiológicos se necessário.

Só para finalizar este tratamento pode ser feito para Rinites Alérgicas severas e Polipomatose nasal, terapêutica que deve ser acompanhada sempre por médicos especialistas.

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Douglas Alberto Ferraz de Campos Filho, médico

 

 

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