Esalq – Estudo avalia potencial antioxidante de chá proveniente da produção de vinho

Projeto desenvolvido no curso de Ciência dos Alimentos da Esalq pode representar alternativa sustentável para subprodutos

Um estudo ainda em desenvolvimento no Laboratório de Analítica e Química de Alimentos (LAQA) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), trabalha com o aproveitamento do resíduo vínico, resultante do processo de fermentação do vinho.

Sob orientação da professora Wanessa Melchert Mattos, do departamento de Ciências Exatas, área de Química, a aluna do curso de Ciência dos Alimentos, Elisa N.V. Resende, concentra-se na análise minuciosa dos compostos fenólicos de um chá do resíduo vínico, buscando extrair, quantificar e avaliar esses elementos.

“Trabalhamos com resíduo da fermentação da uva, subproduto do processo da produção do vinho. Os compostos presentes  podem apresentar características anti-oxidativas, que ajudam a combater o estresse oxidativo nas células do corpo, que causam várias doenças crônicas como o câncer, por exemplo”, explicou Elisa.

Segundo a professora Wanessa, o objetivo é verificar o potencial de produção de um chá a partir desse resíduo da fermentação. “Além disso, essa abordagem visa promover a sustentabilidade ao destacar o potencial uso do resíduo vínico, proporcionando uma alternativa valiosa do ponto de vista econômico e ambiental, já que reduz o desperdício na indústria vínica”.

A pesquisa comparou o chá de resíduo vínico a outros chás de frutas, evidenciando concentrações semelhantes de compostos fenólicos, o que é considerado um potencial sustentável. “O projeto busca reutilizar esse subproduto como chá, promovendo assim o conceito de “upcycling” e agregando valor ao resíduo vínico”, complementa a docente. “Comparando os resultados, o chá do resíduo vínico teve maior concentração de todos os compostos bioativos, com exceção dos taninos, que podem ter se tornado hidrofóbicos no processo de fermentação ao se complexarem com a proteína da levedura Sacharomicces cerevisae”, detalha a professora Wanessa.

Método – Durante a pesquisa, foram avaliados os teores dos bioativos presentes no resíduo vínico, tais como taninos, antocianinas, compostos fenólicos totais e compostos antioxidantes, quando empregados na forma de chá. Após secagem do resíduo em estufa , o processo de infusão do chá foi realizado em diferentes temperaturas para obter os extratos para as análises químicas. Também foram realizadas análises no resíduo in natura. “Nesse contexto, o consumo do chá derivado desse resíduo se apresenta como uma possível medida preventiva, proporcionando uma abordagem inovadora na busca por soluções para a saúde”, reforça Elisa, a futura cientista dos alimentos.

O projeto conta com apoio da Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz (Fealq) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

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