Eu já havia encerrado essa série quando um fato se deu: notei no Facebook de uma amiga (20 anos) a chamada para seu blog ‘a arte do sexo’. Nele ela expunha, com riqueza de detalhes, fantasias sexuais realizadas envolvendo o namorado e uma amiga. Curioso com um relato que li conversei por alguns minutos on-line quando me disse ter descoberto sua atração por mulheres e se apresentar a mim como bissexual, com consentimento do namorado.
Paralelamente a isso eu conversava com D., (50) contato virtual de muitos anos que também leu o blog e assim como eu se surpreendeu com a naturalidade com que as cenas eram descritas. Então me ocorreu a ideia de colocá-las numa conversa em três virtualmente, mas D. se recusou terminantemente. Temos uma ótima amizade virtual e minha proposta foi precisamente provocar no imaginário a fantasia do encontro entre duas mulheres e um homem virtualmente para um simples papo. Sem chances!
Voltando ao blog o que se pensa ser o mais íntimo entre duas pessoas, (no caso eram três), foi exposto. Com a globalização vivemos a sociedade da exposição, obscena. BBB, reality shows, blogs, perfis de sites expõem o íntimo ao público (não só o sexual é íntimo), caracterizando o obsceno. Obscenidade pela etimologia é ver além da cena, e além dela não há o que ser visto, sendo ‘obs-cena’ sua exposição.
O maior problema de poluição do ar nos países industrializados são as chuvas ácidas, geradas pela queima de combustíveis fósseis. Essa combustão produz diversos gases que combinados com a água presente na atmosfera caem sob forma de chuva ácida.
Com fortes dores repetidas no estômago chegando a vomitar sem parar fui ao médico. Disse que estou com somatização. O que é isso? Tem cura? Por falta de grana parei o tratamento e perdi as receitas. Meu marido é impulsivo, quer pedir demissão e vive nos prejudicando. Já pensei em separação. Eu o amo, mas não consigo fazê-lo ver os problemas de outra forma! Não agüento mais, não tenho amigos nem com quem conversar.
Paula, 26.
A psicossomática (ou somatização) é dos sintomas, o que se expressa no corpo. Empresta-se o corpo para a queixa. É muito provável que suas dores tenham origens emocionais, escapando a qualquer exame médico. Obviamente que o tratamento também deve considerar suas emoções. Atualmente o SUS está oferecendo apoio psicológico que apesar de restrito é melhor que nada.
Mas me parece haver mais coisas. Você coloca a hipótese de se separar. Muito sutilmente surge a idéia de que o mal estar de seu casamento, por uma suposta irresponsabilidade, seja a causa dessa somatização. Veja que parou o tratamento médico por falta de grana, sua queixa com seu marido e com o emprego, logo, com as contas.
Talvez esteja associando a impulsividade e demissão com repetidas dores e vômitos. Será que o ama tanto quanto ama seu sintoma?
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