Teorias políticas: o duplo fio da controvérsia

José Osmir Bertazzoni

 

Na complexa arena política contemporânea, as teorias emergem como uma força de duplo fio. Seu potencial impacto é inegável, porém sua execução deve ser vista com uma mistura de cautela e crítica. O descrito fenômeno político descrito neste texto carrega um arsenal vasto, que vai desde estratégias convencionais até aquelas que desafiam a própria lógica e realidade.

Rotulamos como uma encarnação do “integralismo” de Plínio Salgado, a teoria da extrema-direita se revela como uma manifestação da inteligência artificial “BD”, da bagunça dialética. Um exemplo clássico dentro desta linha de pensamento político é Donald Trump, o ex-presidente dos Estados Unidos, que chamou a atenção para a cultura do cancelamento – um novo tipo de totalitarismo pós-moderno. Por exemplo, o New York Times escreveu sobre a necessidade de cancelar Aristóteles, mostrando assim uma face da ideologia liberal nesta ordem radicalizada. Questiona-se: “devemos cancelar Aristóteles?

Uma ditadura liberal demandaria o cancelamento da história – Platão, Aristóteles, a Idade Média, autores modernos, filosofias modernas e tudo que não coincide com os critérios cada vez mais estreitos do radical e totalmente intolerante pensamento político extremista.

Neste cenário turbulento, vivemos uma tendência alarmante de erros legais, mentiras flagrantes e uma busca insaciável pelo poder. A teoria do radicalismo liberal, ao penetrar na esfera política, assume uma posição desestabilizadora, minando os alicerces da sociedade e corroendo a confiança nas instituições estabelecidas. Embora prometa mudanças radicais, muitas vezes acaba por gerar apenas caos e desordem.

Um dos principais objetivos políticos adotados por essa visão é o de apagar, anular e aniquilar os adversários, recorrendo a meios coercivos quando necessário. Os defensores dessa justiça social baseada na identidade, conhecidos como SJW (Social Justice Warriors), manipulam os termos conforme sua conveniência, sem preocupação em ocultar as contradições. Pelo contrário, transformam refutações e paradoxos em armas de ataque agressivo, atribuindo sempre a culpa ao “socialismo” como mal a ser aniquilado, destruído, exterminado.

Assim como “Deus, Pátria e Família” foi utilizado por Mussolini durante o Fascismo, nessa ótica política também se faz presente, podemos nos convencer que a corrupção é retratada como algo aceitável se praticada por eles – exemplos: usurpar-se de joias e relógios presenteados ao Estado, imóveis comprados com dinheiro vivo, rachadinhas em gabinetes parlamentares, uso e abuso do Poder em seu favor – quando praticada por eles, extremistas de direita é encoberta e tolerada. Também a compra de votos é tolerada se aplicada dentro de determinados ambientes denominados “religiões”, com ênfase no uso do fanatismo em níveis insanos. Qualquer desafio à realidade por esses estabelecida é rapidamente rotulado como comunista, obrigando os discordantes a se curvarem às suas convicções e ao poder, sob pena de serem taxados como “escória” e anulados.

Em suma, essa face nojenta da política desencadeia um debate acalorado, no qual as linhas entre o certo e o errado se tornam cada vez mais turvas, e onde a manipulação da verdade e a busca pelo poder são elementos centrais da contenda política moderna.

____

José Osmir Bertazzoni, jornalista, escritor, advogado

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima