Em uma sociedade que incentiva o consumo, modelos de moda nos são apresentados. Criam-se estereótipos, especialmente físicos, que servem como canal para se atingir seu objetivo: o lucro. Nesse movimento o sexo acaba muitas vezes subordinado ao capital. O fator econômico está tão intimamente ligado à sexualidade humana que se compõem em uma das principais queixas na clínica quanto a questões sexuais e amorosas.
A sexualidade é de tal forma complexa que todas as áreas de nossa vida podem atingi-la duramente, causando grande dor e sofrimento nas pessoas.
Freud dizia que o visual ganhou maior importância quando o homem se tornou bípede. Até então o olfato era predominante. Do homem das cavernas para os dias atuais a visão só ganhou força.
Na sociedade pós-industrial, tecnológica e cientificamente desenvolvida, artifícios estéticos como silicone, lipoaspiração, anabolizante, plásticas, e demais aparatos estão muitas vezes a serviço do culto ao corpo. A pergunta que surge é: o fisiculturismo tão apregoado por tantos não nos atrai pelo visual? Esse visual se presta ao amor ou ao sexo? Diz Exupèry: “O essencial é invisível aos olhos”. Se isso é verdade, buscamos o sexual através do não essencial e perdemos o melhor dele que é o amor, este sim invisível.
Durante 60 anos, Jacques Cousteau revelou os segredos dos mares e firmou-se como um grande defensor da Natureza. Seu último sonho era a criação da matéria de ecotécnica nas universidades francesas.
Estou muito agitada e ansiosa ultimamente e está difícil de controlar. Acho que estou com depressão. Sinto um desânimo e um tédio insuportáveis em tudo, sem quaisquer perspectivas para o futuro. Quando durmo parece que meus problemas somem. Penso nisso ao menos uma vez por semana e choro desesperadamente, sem saber a quem recorrer, pois ninguém compreenderia. Isso é algum distúrbio, ou apenas uma fase difícil?Cleide, 20.
Acho muito questionável sua suspeita de depressão. Ela retira da pessoa toda libido, sem apresentar agitação e ansiedade. Seria paradoxal, a priori. Não ver perspectivas na vida tem sido mais comum nos dias de hoje. Já causou estranheza, mas a sociedade está desnorteada; facilmente nos vemos perdidos, sem saber qual direção tomar.
Desânimo e tédio podem ter diversas origens, sem ser exclusivos da depressão. A desesperança facilmente nos conduz à ‘tudo está perdido’. Não causa estranheza que você chore, mas de onde viria tal desespero? Há mais coisa nisso. A suposta falta de compreensão de alguém reflete o seu eu esfacelado. Dito de outra forma, não seria você quem não se compreende?
Quanto ao distúrbio, é um pedido de diagnóstico, impossível numa publicação. Ajuda profissional é desejável, porém diagnósticos pertencem à medicina, e sua queixa é nitidamente emocional. A psiquiatria trabalha com o cérebro, mas a mente é outro departamento.
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