O peso da História: sempre os homens decidindo o futuro das mulheres

Daniela Menochelli

 

Desde os primórdios da civilização, uma tendência persistente tem marcado a história da humanidade: os homens, em sua maioria, têm sido os protagonistas das decisões que moldam o curso do mundo. Esta realidade estende-se a praticamente todos os aspectos da vida, inclusive aqueles que mais impactam as mulheres. Das esferas políticas às questões sociais e econômicas, as mulheres frequentemente enfrentam barreiras impostas por estruturas de poder dominadas por homens, limitando seu papel na determinação do próprio futuro.

Uma História de Dominação Masculina desde os tempos antigos, as sociedades humanas foram largamente dominadas por estruturas patriarcais, onde o poder político, econômico e social estava concentrado nas mãos dos homens. As decisões importantes eram tomadas por líderes masculinos, enquanto as mulheres muitas vezes eram relegadas a papéis secundários, limitadas por normas culturais e institucionais que as excluíam dos processos de tomada de decisão. Essa dinâmica persistiu ao longo dos séculos, refletindo-se em todas as esferas da vida moderna.

Na esfera política, por exemplo, os homens historicamente detiveram a maior parte do poder e influência. Os sistemas políticos ao redor do mundo têm sido tradicionalmente dominados por líderes masculinos, com mulheres enfrentando obstáculos significativos ao tentar ascender a cargos de liderança. Mesmo em democracias estabelecidas, a representação feminina muitas vezes permanece abaixo do ideal, com as mulheres lutando para ter suas vozes ouvidas e suas preocupações abordadas de forma equitativa. A exemplo disso citamos o Senado federal que até o ano de 2016 em pleno século XXI não possuía banheiros feminino, as mulheres que lá frequentavam eram obrigadas a usar o banheiro do restaurante local, é inacreditável, mas quase 55 anos após a construção do Plenário do Senado não existia banheiro feminino, isso mostra a relevância que a sociedade tem sobre as mulheres.

No campo econômico, as disparidades de gênero persistem, com as mulheres enfrentando salários mais baixos, oportunidades de emprego limitadas e dificuldades em alcançar posições de liderança em suas carreiras. As decisões sobre políticas econômicas e estratégias de desenvolvimento são frequentemente moldadas por uma perspectiva masculina, com consequências diretas para as mulheres que muitas vezes são deixadas à margem das decisões que afetam sua própria subsistência.

Além disso, as normas sociais e culturais frequentemente perpetuam ideais de masculinidade que limitam a autonomia e liberdade das mulheres. As expectativas de gênero restringem suas escolhas e oportunidades, enquanto os estereótipos enraizados perpetuam desigualdades e injustiças em todas as esferas da vida.  Apesar dos avanços significativos nas últimas décadas, as mulheres ainda enfrentam uma série de desafios ao tentar moldar seu próprio futuro e o futuro de suas comunidades. A luta pela igualdade de gênero continua, com movimentos feministas em todo o mundo lutando por mudanças sistêmicas que reconheçam e valorizem plenamente as contribuições das mulheres para a sociedade.

Em última análise, a questão de os homens decidirem o futuro das mulheres é profundamente enraizada na história e na estrutura de poder desigual que tem definido as relações de gênero ao longo dos séculos. Superar essas barreiras exigirá um esforço coletivo para desmantelar sistemas de opressão e construir sociedades verdadeiramente inclusivas e equitativas, onde todas as pessoas, independentemente do gênero, tenham a oportunidade de participar plenamente na determinação de seus destinos. Essa é uma jornada que exige compromisso, solidariedade e uma visão compartilhada de justiça e igualdade para todas as pessoas. Infelizmente continuamos vendo, inclusive em nossa cidade políticos fazendo reuniões para decidir o futuro das mulheres sem sequer uma presença feminina, porém sempre com a desculpa de reunião agendada repentinamente, nós mulheres nos posicionamos e precisamos nos posicionar ainda mais, pois até hoje não vi nenhuma reunião realizada pelo governador com representantes femininas onde a pauta fosse direitos das mulheres, além disso sabemos que o governador tirou R$17,1 milhões das Delegacias das Mulheres 24h. Com tudo isso, continuamos lutando imaginando nosso futuro incerto decidido por homens, mas não podemos desistir.

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Daniela Menochelli, jornalista, do Conselho Municipal da Mulher

 

 

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