O doce sem formigas da política                        

Walter Naime

 

Você deve gostar de doces, mas sem formigas.

As eleições são consideradas a maior festa das democracias, que costuma ser encerrada com a vitória de algum candidato ao cargo público, com o reconhecimento de sua maioria de votos.

O preparo para a festa é feito começando pela discussão e votação do orçamento, que deve ser destinada a esse preparo. Essa quantia de valores seria aplicada ao desenvolvimento de todas as atividades referentes ao êxito do processo até sua finalização.

Em nosso país, esse número gira atualmente em torno de cinco bilhões de reais, que são usados para o bem e para o mal, dependendo das mãos em que estiver, na esperança de se obter o crescimento da cidadania.

Em um cenário político, onde todos os candidatos buscam espaço na “rede de conforto virtual”, pois, por estar na moda e ser a mais eficiente no contato da comunicação, e também por ser barata, passou a ser utilizada com maior intensidade. Nela, além do conforto virtual, é uma rede que balança para todos os lados, trazendo a brisa nesse calor escaldante, onde os candidatos apresentam suas histórias e propostas, fazendo que atinjam seus objetivos na velocidade eletrônica da internet, tornando-se o principal veículo de comunicação político.

No entanto, essa inundação de conteúdo e de propostas nas redes sociais virtuais acaba por ser um processo enjoativo para a maioria dos eleitores, semelhante a passar por uma rua de lojas em que cada um tenta atrair a sua atenção virtualmente, invadindo sua privacidade, atordoando com sons nocivos a sua saúde mental.

Nesse mar de candidatos e informações, a maioria dos eleitores sentem-se sobrecarregados e acabam por descartar as mensagens políticas como algo trivial, já que todos os candidatos estão na mesma plataforma. É como se o doce oferecido estivesse sempre cheio de formigas, tornando-se menos atrativo para o consumidor.

Mas, como sair desse círculo vicioso, monótono, e garantir que o eleitor possa saborear o doce da grande festa democrática?

A chave para isso está em como oferecer algo diferente, um produto político que se destaque pela sua autenticidade e relevância.

Assim como as formigas são atraídas pelo alimento e energia encontradas no açúcar, e não só pelo sabor, os eleitores serão atraídos por propostas genuínas que abordem suas necessidades e preocupações.

Para isso, é preciso eliminar as “formigas do sistema político”, estes são os elementos que tornam o processo desinteressante e desanimador.

Acontece que, ao oferecer um conteúdo que vá além das promessas vazias ou da retórica cansativa, focando as situações tangíveis, aquele que conseguir apresentar um “bolo democrático” sem formigas, será exaltado.

Assim, ao encontrar o adoçante original certo para o seu bolo político, o candidato poderá conseguir o “cartão de crédito eleitoral” necessário para se tornar um mandatário digno do seu povo.

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Walter Naime,  arquiteto-urbanista, empresário.

 

 

 

 

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