Causada pela bactéria Mycobacterium leprae, a hanseníase é uma doença infecciosa crônica, que afeta principalmente a pele e os nervos periféricos. Os sintomas podem incluir manchas na pele, dormência e fraqueza muscular, sendo essencial o diagnóstico precoce. O alerta é da dermatologista do Plano Santa Casa Saúde Piracicaba, Elisa Secamilli, que explica a necessidade de difundir essa informação sob a ótica do janeiro roxo, que é o mês de conscientização sobre a doença.
De acordo com ela, existem diferentes tipos de hanseníase: a tuberculóide, a dimorfa e a virchowiana (ou lepromatosa), que apresentam variações na resposta imunológica do paciente, influenciando os sintomas e a progressão da doença. ”A hanseníase tuberculóide apresenta manchas ou placas com até cinco lesões e há o comprometimento de um nervo. Já a hanseníase dimorfa, apresenta manchas e placas com mais de cinco lesões e há o comprometimento de dois ou mais nervos; enquanto a hanseníase virchowiana é a forma mais grave da doença, com muitas lesões na pele e comprometimento de estruturas, como o nariz, por exemplo”, explica.
Elisa alerta que a transmissão da hanseníase ocorre principalmente por meio de gotículas respiratórias durante contato próximo e prolongado. Embora a pele seja predominantemente afetada, a hanseníase pode comprometer nervos e, em casos raros, órgãos internos. O impacto na saúde geral depende da extensão do acometimento. Complicações como deformidades e comprometimento dos nervos, segundo ela, podem surgir em casos avançados da doença, que tem seus riscos minimizados com tratamento específico.
O diagnóstico da hanseníase, de acordo com a dermatologista, envolve avaliação clínica, exames dermatoneurológicos e, em alguns casos, biópsias de pele. “A precisão no diagnóstico é fundamental para o início adequado do tratamento”.
De acordo com ela, o tratamento e acompanhamento da hanseníase são realizados de forma 100% gratuita pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Atualmente, o tratamento é feito com três antibióticos que são tomados de seis a 12 meses, além de avaliações periódicas da sensibilidade dos nervos periféricos e reabilitação das incapacidades, quando presentes.
“A hanseníase é tratável e a cura completa é possível com a adesão rigorosa ao tratamento”, alerta Elisa. Ela lembra que o risco de reinfecção é baixo, mas o acompanhamento pós-tratamento é essencial e inclui exames regulares para monitorar possíveis complicações. “A atenção contínua à saúde dermatoneurológica assegura uma recuperação completa”, finaliza.