Por que criminalizar o padre Lancellotti?

Ricardo Santos

 

A situação envolvendo o padre Júlio Lancellotti e as acusações que surgiram próximo às eleições municipais levanta várias questões éticas e morais.

Primeiramente, é importante notar que a ética implica em avaliar as ações e intenções das pessoas de forma justa e imparcial. O fato de as denúncias terem surgido próximo das eleições suscita a suspeita de motivações políticas por trás delas. Isso nos lembra da importância de questionar as intenções por trás das ações, especialmente quando se trata de acusações que podem prejudicar a reputação de alguém.

Além disso, a ética nos lembra da necessidade de avaliar o contexto em que as acusações surgiram. O trabalho do clérigo atende com alimentos dependentes químicos e pessoas em situação de rua é louvável, e é importante considerar se figuras influentes ou políticos podem estar incomodados com suas ações e, por isso, tentando desqualificá-lo. A ética nos lembra da importância de promover o bem-estar da comunidade e das pessoas em situações vulneráveis, como os dependentes químicos.

A falta de ações efetivas por parte do Estado, Prefeitura e vereadores da extrema direita para resolver o problema da Cracolândia, também, levanta questões éticas. A ética exige que os governantes ajam em prol do bem comum e da justiça social, e a omissão diante de um problema tão sério pode ser considerada uma falha moral (ética).

A questão da pressão do mercado imobiliário especulativo, em benefício próprio, também, é ética, pois sugere a exploração de propriedades em detrimento do interesse público. A ética nos lembra da importância de não permitir a ganância e a exploração prejudicarem a sociedade.

Por fim, a ética nos faz refletir sobre a importância do trabalho social de Lancellotti e reconhecer que ele busca o bem-estar dos mais vulneráveis, sem visar lucros ou popularidade nas redes sociais. A ética nos lembra da necessidade de valorizar e apoiar aqueles que se dedicam a causas nobres. O padre não recebe dinheiro dos cofres públicos.

Para concluir, a análise ética dessa situação nos lembra da importância de considerar as motivações [e ofensivas] por trás das ações dos vereadores em relação ao projeto social do padre, ou seja, agir em prol do bem comum e da justiça social, combater a exploração e valorizar o trabalho social que busca o bem-estar das pessoas. Tentar criminalizar o padre e seu trabalho social é uma ação que vai contra princípios éticos de justiça e solidariedade. Ou seja, é o mesmo que atirar contra o próprio coração.

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Ricardo Santos, professor licenciado em História e Filosofia

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