Pária Ambiental ou Potência Ecológica?

José Renato Nalini

 

O Brasil tem condições de deixar de ser o “Pária Ambiental” dos últimos anos para se converter em promissora “Potência Ecológica”. Não é palpite ou achismo. É a opinião de Klaus Schwab, o famoso criador do Fórum Econômico Mundial, cuja atuação é notável no delinear as diretrizes para a economia de hoje e do amanhã.

Essa reunião mundial reúne a nata do capitalismo a cada ano, em Davos, na Suíça. Ele acredita que o país possa ganhar mais influência em temas como transição energética, pois conta com cérebros mundialmente respeitados, como José Goldemberg e também porque vai sediar eventos como a reunião do G20, grupo dos países mais ricos do planeta.

A economia brasileira precisa elevar o nível de investimento e isso requer a participação do setor privado. Há trilhões de euros e dólares à espera de que o Brasil dê o sinal verde para o comércio oficial de créditos de carbono. É que o mundo está na economia verde e o Brasil teria muito a oferecer, se o governo se preocupasse mais com coisas sérias e não com a repartição do butim entre apaniguados.

Para Klaus Schwab, o Brasil tem o potencial para se tornar uma ecopower – potência ecológica. Enormes oportunidades para energia eólica e energia solar. Sem falar na Amazônia e no potencial de absorção do carbono, mas que também é importante como fonte de biodiversidade. O mundo sabe disso.

Tanto ao presidir o G20 em 2024 e a COP – Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente em 2025, o Brasil tem condições de influenciar a agenda de forma importante. Mas é urgente encarar os desafios. O maior deles, continua a ser a Regularização Fundiária, pressuposto para poder responsabilizar e punir, com severidade, os desmatadores, os grileiros, os genocidas dos indígenas e dos defensores da floresta. Em seguida, regularizar o mercado oficial do crédito de carbono. É inacreditável que esse mercado florescente no restante do mundo seja ainda pífio aqui no Brasil, o maior fornecedor potencial de créditos, por inércia governamental.

Está nas mãos do Brasil escolher sua posição: Pária Ambiental, rechaçado por toda a civilização, ou Potência Verde, bajulado pelos países que necessitam de nossas florestas para sobreviver. Qual a sua escolha?

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José Renato Nalini é Reitor da Uniregistral, docente da Pós-graduação da Uninove e Secretário-Geral da Academia Paulista de Letrras

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