O outro lado da lua do Prefeito Barjas Negri

Laércio Trevisan Jr.

 

Há um personagem na literatura internacional, chamado Dr. Pangloss. A ele foi atribuída a característica de ter construído um óculos cor de rosa, para, sob suas lentes também róseas, ver o mundo ao seu modo, interpretá-lo e, espantosamente, acreditar nas próprias mentiras que via. Foi lembrando do personagem hoje esquecido, que submeto-vos “O outro lado da lua do Prefeito Barjas Negri”, pequenas reflexões sobre inverdades do campo educacional de Piracicaba, liderado há anos pelo Sr. Prefeito, que iniciou sua carreira na cidade, longos 44 anos, como chefe da Comunicação e logo promovido a Secretário da Educação local, para “revolucionar” o campo, como dizia na época com seus amigos do MDB progressista, ao lado de quem estavam os comunistas do PCB, PCdoB, MR-8 e outras ditas vanguardas daqueles dias.
O Prefeito insiste em dizer que este Vereador, devido ter votado contra o aumento do IPTU, ao mesmo tempo, votou contra algumas melhorias realizadas em algumas comunidades, ou seja, não é verdade. Esse Vereador votou e sempre votará contra o aumento abusivo no IPTU, assim como, o aumento abusivo na água e esgoto. Aumentos que apenas lesam a população e que não trazem o devido retorno aos munícipes. Pois bem, sempre vemos daqui debaixo, a lua bonita e brilhante e não queremos nunca ver como é o outro lado da lua. O seu lado escuro, talvez perverso, e nada rosa.
Então vejamos rapidamente, com o nosso Dr. Pangloss começa a nos mostrar seus sinais de cansaço, em 12 de agosto de 2019, o portal G1 da Globo, noticia que em decisão de primeira instância, o Tribunal de Justiça determinou a suspensão dos direitos políticos do Prefeito por oito anos, e a suspensão de uma empresa, construtora local, de firmar novos contratos com a prefeitura por cinco anos, por conta da construção de uma creche no Bosque dos Lenheiros, no ano de 2005.
Em 25 de junho também daquele ano, a Câmara Municipal convocou a Secretária de Municipal de Educação, para uma audiência pública para explicar a falta de vagas em creches da cidade, em função das inúmeras reclamações de pais e lideranças de inúmeros bairros. Aos jornais locais o próprio Prefeito admitiu a falta de 246 vagas que seriam zeradas em breve. Foram?
Depois, em 9 de agosto de 2019, conforme noticia o portal G1, Globo.com, o Tribunal de Justiça de São Paulo condenou nosso nobre alcaide por irregularidades em contrato de consultoria para a área da educação em nosso município.
O prefeito, de curta memória, ainda com seus óculos cor de rosa, talvez tenha esquecido de nos lembrar no artigo de ontem, que foi o responsável pelo fechamento de várias escolas filantrópicas, ou seja, retirou o auxílio bolsa creche de instituições como a Branca de Azevedo, Ada Dedini, São Vicente de Paula, assumindo posteriormente as mesmas, com um número menor de atendimentos. E, até aqui, sem nenhum atendimento para a creche Branca de Azevedo, sem inclusive apoiar o trabalho dos voluntários que por lá existiam, para a manutenção do trabalho daquela instituição.
Outro esquecimento do Sr. Prefeito foi com relação a diminuição dos períodos de acolhimentos nas creches. Para “resolver” o problema de vagas, criou outro, que foi a implantação de turnos em “meio período”, causando sensível desconforto às famílias pobres até então acolhidas, às mães que trabalhavam para manter a renda doméstica, aos profissionais da área.
Em 2019 vale lembrar também que a receita de Piracicaba foi 9,6% a mais do que a esperada, o que dava ao Chefe do Executivo condições para melhores investimentos, especialmente no campo educacional.
Essas contrapartidas citadas, a meu juízo, não passam de jogo de números que ele mesmo faz, falácias de um Prefeito condenado inúmeras vezes pela justiça local, pelo TJ-SP e moralmente condenado pela sociedade local, como se verá em 4 de outubro – ou quem sabe em 6 de dezembro deste ano. Com a cidade desgovernada e abandonada em seus serviços públicos essenciais, para onde estariam indo os recursos do IPTU, taxa de limpeza pública, recolhimento de lixo, poda e corte de árvores, canteiros, capinação, guias e sarjetas, calçadas, etc.? Ganhar o primeiro lugar em pesquisas encomendadas, nem sempre é um “negócio” barato.
Há portanto, uma teimosa interpretação da cidade que governa o nosso Dr. Pangloss. A realidade que ele enxerga, a realidade que nós enxergamos, exercendo democraticamente o mandato popular que a população nos outorgou. A lua é bonita para poetas e seresteiros. Mas quem sabe um dia, veremos o seu lado oculto, escuro e pouco conhecido pela população.
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