Palestra: equidade de gênero e diversidade

Palestra foi transmitida pela internet, na terça (26), ao vivo pelo aplicativo Zoom – Crédito: Divulgação

Incluir a diversidade na discussão sobre equidade de gênero e entender os estereótipos e os preconceitos que acentuam as diferenças é a ferramenta que gera mudança. A reflexão sobre diversidade e inclusão foi abordada pela advogada e promotora legal Luana Bruzasco de Oliveira e pela psicóloga especialista em gestão de Recursos Humanos, Lívia Bruzasco de Oliveira, na palestra ‘Identificando as diferenças e transformando-as em oportunidades’, promovida pela Escola do Legislativo da Câmara de Vereadores de Piracicaba.
A palestra, que discutiu sobre a inclusão da diversidade nas empresas e a cultura da desigualdade de gêneros, foi transmitida pela internet, na terça (26), ao vivo pelo aplicativo Zoom, com transmissão simultânea pelo canal do Youtube da Escola do Legislativo. A vereadora Nancy Thame (PV), diretora da Escola, elogiou a profundidade das reflexões trazidas na palestra e destacou que o tema se alinha com o espaço democrático e de abertura que a Escola propicia.
Para a advogada Luana Bruzasco, a desigualdade de gêneros é reproduzida a partir dos estereótipos que as pessoas constroem ao longo da vida. Segundo a advogada, desde muito cedo as pessoas aprendem quais são os papéis do feminino e do masculino dentro da sociedade. Para explicar, ela usou o exemplo da mulher grávida que faz um chá de revelação e a menina é identificada pelo lacinho rosa e o menino pelo carrinho azul. “Isso já diz muito sobre a nossa sociedade e sobre a essa divisão de papéis”, afirmou.
Uma pesquisa realizada em 2016 pela ONU Mulheres em parceria com diversas empresas concluiu que os “vieses inconscientes” são os preconceitos que as pessoas têm e desconhecem e são construídos a partir de um conjunto de estereótipos sobre diversos grupos a partir de situações e das experiências vivenciadas. A pesquisa da ONU definiu cinco principais tipos de viés inconscientes que são o viés de afinidade, de percepção, viés confirmatório, efeito auréola e efeito do grupo. Para a advogada, a mulher sendo minoria em ambientes corporativos vai ficar em desvantagem e vai ser menos ouvida justamente por causa desses vieses. “Precisamos analisar se estamos sendo levados por todos os vieses, se permitir um questionamento e pensar de uma forma diferente, se abrir para novas afirmações”, refletiu a advogada.
Uma forma desenvolver e melhorar a prática dos vieses inconscientes, segundo Luana Bruzasco, é entender que esses comportamentos são reproduzidos sistematicamente dentro da sociedade, o que possibilita as mulheres duvidarem menos de si mesmas. “Quando conseguimos perceber que uma situação acontece conosco e também com outras mulheres, nos ajuda a pontuar e também combater”, afirmou. Para ela, o exercício de construir uma comunicação não violenta e mais empática, através do diálogo é uma das boas praticas que permitem conceber outras formas de relacionamento e modificar aspectos do nosso inconsciente que reproduzem o machismo.
EQUIDADE E DIVERSIDADE

Para a psicóloga especialista em gestão de Recursos Humanos, Lívia Bruzasco, não tem como falar de igualdade sem falar de diversidade e sem ir além da questão homem e mulher. Na palestra, ela fez um recorte da diversidade no ambiente corporativo e indicou as práticas que podem ser implantadas nas empresas. Um relatório da empresa de consultoria Hay Group sobre diversidade nas organizações, divulgado em 2015, mostra que onde a diversidade é reconhecida e praticada a existência de conflito chega a ser 50% menor que nas demais organizações. Práticas como politicas internas de conscientização, diversidade presente na liderança, promover as mesmas oportunidades de crescimento e desenvolvimento, politicas afirmativas e ações de formação, aceitar a individualidade de todos, ser proativo no combate à LGBT+ fobia e combater vieses inconscientes, foram citadas pela psicóloga como caminhos para a diminuição desse conflito.
Segundo Lívia Bruzasco, incluir a diversidade em todas as ferramentas existentes e já estruturadas numa empresa, como comitês de desenvolvimento, treinamentos e pesquisas de clima, trazem o tema diversidade à luz e são práticas já realizadas por algumas empresas. Para ela, ser neutro não é o suficiente para combater a preconceito e a discriminação no ambiente corporativo. “A gente tem que atuar, reconhecer nossos vieses inconscientes, combater, trazer outras pessoas e tentar mudar essa realidade, mesmo que aos poucos, mesmo que devagar”, concluiu.

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