O largo da praça da Matriz vai abrigar diferentes manifestações culturais no dia 19 de novembro, quando acontece, das 16h às 20h, o Circuito Sesc de Artes, com atrações de artes visuais e tecnologia, cinema, circo, dança, música e literatura, todas gratuitas.
O Circuito Sesc de Artes 2023 leva a programação gratuita com espetáculos, intervenções, mediações de leitura e oficinas, às praças, ruas e parques de 123 cidades do Estado de São Paulo. Realizado pelo Sesc São Paulo em parceria com prefeituras municipais e sindicatos do comércio, serviços e turismo locais, o evento reúne 75 trabalhos artísticos distribuídos em finais de semana de novembro.
Fruto de uma curadoria coletiva, feita com as unidades do Sesc no Estado, a escolha das atrações mostra um olhar atento para a diversidade e a representatividade. São mais de 700 atividades divididas em 12 roteiros diferentes, que percorrerão municípios da Grande São Paulo, interior e litoral paulista abrangendo todas as idades e interesses.
Estar em ruas, praças e parques e surpreender a rotina das pessoas de todas as idades, estilos e gostos é a vocação do Circuito Sesc de Artes, realizado desde 2008. A ação concentra todas as atividades em espaços públicos, como praças e parques, que são pontos de referência em cada município, convidando a população a desfrutar de uma programação diferente e vivenciar experiências únicas.
Em São Pedro,a programação inclui atrações como os Grafismos indígenas, do Centro de Convivência Indígena (SP), formado por estudantes indígenas da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) em Sorocaba. Será realizada uma vivência sobre a representatividade e os significados dos grafismos utilizados pelos povos Tukano, Kambeba, Sataré Mawé e Wauja. Símbolos que invocam proteção ou resistência, por exemplo, utilizados em cerimônias ou manifestações, são aplicados sobre a pele do rosto ou dos braços com tinta natural de urucum.
No Cine Película, promovida pelo Cine 16, a vivência conduz os participantes pela história dos aparelhos que levaram ao surgimento do cinema. Na atividade, o público é convidado a manipular brinquedos ópticos como o taumatrópio, o flipbook e o zootrópio, invenções do século XIX que permitiam obter efeitos de imagens em movimento. A última parada apresenta as câmeras e películas cinematográficas, além de um projetor elétrico em funcionamento.
Já no Móbile, da Cia Circo Delírio, o espetáculo comemora os 20 anos da Cia Circo Delírio. Em cena, transformações constantes levam a circunstâncias que mesclam as linguagens do circo contemporâneo, a comicidade e o teatro físico. Inspiradas pelo tema da mobilidade humana, as situações têm o cinema mudo como referência estética e mostram que, em um mundo balizado por fronteiras, romper barreiras, ampliar horizontes e conquistar espaços é um grande desafio.
Na oficina Parque do circo, da Cia Circo Delírio, destinada a crianças, jovens e adultos, são propostas brincadeiras baseadas em diferentes técnicas circenses. Com a ajuda dos monitores, os participantes percorrem um circuito com diversas atividades temáticas – como malabares, pontaria, equilíbrio e jogos coletivos – em dinâmicas que desafiam tanto o corpo quanto a mente.
Em Cordas do coração, o Ballet Stagium, uma das mais tradicionais companhias de dança de São Paulo, fundada por
Décio Otero e Marika Gidali em 1971, apresenta um espetáculo que investiga e homenageia as raízes brasileiras sem se ater a rótulos ou modismos. A partir da metáfora do coração como um instrumento de cordas, a trilha sonora combina temas de Johann Sebastian Bach e música caipira, com canções como “Tristeza do Jeca”, de Angelino de Oliveira, e “Viola quebrada”, de Mário de Andrade.
No Leituras de lá e de cá, da Cia Oya ô, as artistas e contadoras de histórias Denise Aires, Ana Moraes e Karen Santos, de Osasco, promovem uma mediação de leitura que busca aproximar crianças, jovens, adultos e idosos da diversidade presente nas culturas africana, afro-brasileira e diaspórica. Dentre os cerca de 50 livros no acervo do grupo, todas as narrativas escolhidas – como “Amoras” (Emicida e Aldo Fabrini), “De onde veio Odé?” (Nini Kemba Náyò e Edson Edblacc) e “Ombela: a origem das chuvas” (Ondjaki) – têm protagonistas negros.
A apresentação do DJ Meu Caro Vinho, apelido do baiano de Salvador, crítico musical e pesquisador Ivisson Cardoso, inclui clássicos da música preta mundial dos anos 1980 e 1990, boogies menos conhecidos da década de 1970 e canções dançantes que são marca registrada de seu estado. Além de atuar na capital paulista, onde mora, e em cidades como Araçatuba e Londrina, já mostrou seu som em rádios de Jundiaí e Franco da Rocha, no interior de São Paulo.
Barra da Saia fará apresentação no dia 16 de novembro
Além do Circuito Sesc de Artes, outras atividades foram programadas pela Prefeitura de São Pedro, por meio da Coordenadoria de Cultura, até o fim do ano.
Este ano, São Pedro foi contemplada pela primeira vez para receber o Circuito Cultural Paulista, um dos mais importantes programas de difusão cultural e de formação de plateias do Estado.
Entre as atrações está a apresentação da banda Barra da Saia, às 21h do dia 16 de novembro, no coreto da praça matriz. Com uma proposta moderna e pioneira na música sertaneja, a Barra da Saia está na estrada desde 1998, quebrando tabus e deixando registrada sua marca, identidade e qualidade musical em espetáculos realizados dentro e fora do Brasil.
Sua principal característica é sempre apresentar talentosas instrumentistas com muita personalidade e que as tornam únicas. Lideradas por Adriana Sanchez (sanfona, teclado e voz) trazem influências que passam pelo sertanejo raiz, pelo country, o rock e pela música latina, com as polcas, guarânias e chamamés.
DANÇA – Também como parte da programação do Circuito Cultural Paulista, no dia 17 de novembro, às 20h, no Espaço Artístico, será apresentado o espetáculo Terezas, pela Cia de Dança Anderson Couto, que reúne diversas linguagens artísticas e faz um traçado histórico de lutas e resistência de diversas mulheres negras latino-americanas na afirmação de suas identidades, rompendo a estigmatização e invisibilidade de seus corpos.
Na contramão das dinâmicas marginalizadoras, para além das mazelas sociais, a história delas é, sobretudo, o hoje. Desdobrando-se em formato de instalação artística, a obra combina performance, dança, música e cinema em uma apresentação que se estrutura como um set de filmagens. Na cena, o corpo é expressão máxima por onde perpassa a história de diversas mulheres reais, comuns e absolutamente extraordinárias.
Segundo os responsáveis pela apresentação, a ideia de criar uma performance que se desenrola como um set de filmagens, traz para as lentes e para o olhar do público narrativas cotidianas de mulheres negras que transformam a sociedade nas minúcias do cotidiano: são mães, escritoras, jornalistas, diaristas, arquitetas, musicistas. São muitas. A provocação das cenas e das coreografias nesse formato de apresentação convida justamente para um olhar real e direto dessas histórias que, muitas vezes, parecem ficções. É um convite para redesenhar e reescrever essas narrativas pela transformação do agora, pela vivência do hoje. No olhar de todas as mulheres o poder ancestral feminino presente como força primordial de uma (re)evolução.
Estão programados ainda a apresentação, no dia 9 de dezembro, do espetáculo O Anjo Desastrado, de Edna Ligieri, que conta a história de Rafael, um anjo desastrado que recebeu a incumbência de vir à Terra e avisar a Maria que ela teria um filho. A peça é entremeada de músicas natalinas, cantadas pelos atores com acompanhamento de instrumento musical. A apresentação acontece às 21h no palco do Encantos de Natal, que será montado nas proximidades do Museu Gustavo Teixeira.