João Ribeiro Junior
Estamos vivendo uma crise gravíssima produzida pelo vírus “novo corona vírus” (covid-19)”. O caso não é só de saúde, mas, também, de política e economia globalizada. Contudo. o que é realmente grave (politicamente falando) é vivermos ainda, graças a oposição irrequieta num evidente sofisma político chamado “democracia esquerdista”, que se acomodou aos direitos e privilégios de uma minoria (que se dizem representante do povo) que não permite, através de cerceamentos institucionais, a nossa participação no processo histórico desta Nação, estrangulando, a pouco e pouco, as nossas mais legítimas aspirações. E os partidos políticos, embora procurando uma definição ideológica, não perdem a preocupação com o problema de seus interesses.
Houve uma eleição democrática, onde o candidato a presidente, teve a maioria de votos. Contudo, a oposição da esquerda irrequieta não o deixa governar para salvaguardar o país. O projeto de poder do Partido dos Trabalhadores (Tanto de Lula, como de Dilma) não admitiu barreiras ética. Em nome da governabilidade e da perpetuação de seu projeto, o PT se aliou ao que de pior existe na vida pública brasileira. A relativização dos valores e a condescendência com os “companheiros” e aliados envolvidos em graves irregularidades (corrupção, por exemplo) viraram rotina no governo petista.
“Errar é humano”, disse Lula, certa vez, referindo-se aos casos mais emblemáticos de corrupção. Lula, subestimando a gravidade do mensalão, acariciou a cabeça dos petistas pilhados em situações no mínimo constrangedoras. Os pequenos erros mencionados por Lula derrubaram, em 2006, o ex-ministro e mentor Jose Dirceu, destituíram dezenas de diretores de estatais e mandaram para o espaço a cúpula do PT. De lá para cá, outros escândalos se multiplicaram como cogumelos venenosos. E eu fico pensando o que aconteceria ao país e suas relações exteriores, se o petismo com Lula, com Dilma ou sem eles) com sua ideologia esquerdista fariam para enfrentar o vírus que nos assola nesta pandemia.
Os partidos políticos, em seus mecanismos de debate, que mais parecem monólogos e de articulação política, nada representam do que reflexo de nosso subdesenvolvimento político. Eles podem diferenciar-se indefinidamente sem, contudo, perderem o seu caráter relativo e sem cessar de serem subordinados uns aos outros dentro do nosso atual sistema político.
Nossos políticos, principalmente de esquerda, continuam repetindo um palavreado em que se evidencia a incoerência entre o pensamento e a ação, num contexto que se diz revolucionário, mas que ainda apresenta sobrevivências estruturais arcaizantes, que não coadunam com a dignidade humana e nos transformam em mero instrumento a serviço de uma minoria privilegiada com seus altos rendimentos e impunidade pelos seus crimes, devido a uma Justiça realmente cega (Dike, (grego)Themis (latim).É representada em pé (não se dobra para ninguém, nem para sua irmã bastarda, a política) com uma venda nos olhos, uma espada desembainhada em pé , e a balança (equilíbrio: todos são iguais perante a lei.)
A representação da Justiça, em Brasília, em frente ao Supremo Tribunal Federal, é a representação perfeita da nossa Justiça: sentada, cega com a venda política jurídica (e não em pé) com a espada repousada no colo, (que não a usa para acabar com a impunidade.), e sem a balança do equilíbrio. Mas, as coisas estão mudando, mesmo que as críticas e artimanhas petistas e de outros partidos esquerdistas tentem se espalhar como pulgas.
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João Ribeiro Junior, advogado, docente de Direito Constitucional, doutor em Educação, mestre em Filosofia