Sergio Oliveira Moraes
Retrato 1: De Nelson Travnik, falecido no dia 7/9, ex-diretor do Observatório Astronômico “Elias Salum”. Faleceu após uma cirurgia do coração – o Observatório, de morte matada. Já partiram os idealistas da Associação dos Astrônomos Amadores de Piracicaba que buscaram a Prefeitura Municipal, a ESALQ, para que Piracicaba tivesse o seu observatório. Os retratos, testemunhas das tratativas na ESALQ já estiveram nas paredes do Observatório, onde estarão agora? E o acervo?
Retrato 2: Da professora recebendo o Título de Cidadã Piracicabana, no dia 20/9. Quando a encontrei em uma das reuniões por um Plano Municipal do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas, me pareceu conhecida – o retrato ao lado do marido, colega da ESALQ, lembrou-me. Foi em um almoço, após uma banca, lá estávamos e eles chegaram. O elo: um saudoso professor da UFBA, amigo do meu colega, ex-professor do recém-doutor. Que lembranças o retrato trouxe dos institutos e universidades federais com as quais tive contato, do Ceará ao Rio Grande do Sul. Bateu uma “saudade federal” das federais, dos aprendizados, colaborações, eventos científicos e intercâmbio de estudantes.
O retrato, o professor, “puxaram” a lembrança de um encontro de professores que se dedicavam, além do ensino e pesquisa, à popularização da ciência, com professores da cidade de São Carlos, local do evento. E lá estava também o time da UFRJ e que time!
Na noite da chegada, um domingo, uma peça teatral para estudantes do ensino fundamental, seus professores e nós do encontro. O diretor, atores, pessoal da técnica: professores (as), estudantes e funcionários (as) da UFRJ, o tema: “O Método Científico”, o percurso desde o “homem das cavernas”, com sua impotência diante dos mistérios da natureza, até Galileu Galilei. Milênios até a afirmação do “Método”, encenados diante de uma plateia jovem, sem que um único pedido de silêncio fosse necessário, uma atenção danada. E lá estava o professor Leopoldo de Meis , como Galileu Galilei. A peça baseia-se no livro: “O Método Científico”, roteiro de de Meis, arte de Diucênio Rangel, sim, em quadrinhos, para leitores de todas as idades.
Nos dias que se seguiram, o professor da UFMG e seu quebra cabeças para estudar tópicos de genética, de Meis e Rangel com uma animação em “clima de vídeo game” para tópicos de bioquímica, entre outras apresentações voltadas a despertar no estudante, para além do conteúdo imediato, a beleza do aprender a pensar.
Retrato 3: De Tiago Ricardo Ferreira, prefeito de Campina do Monte Alegre (SP), com paralisia cerebral. Na matéria: “ele acaba de fechar uma parceria com a UFSCAR para dar formação continuada de educação especial aos professores da rede municipal de educação, na qual atualmente há 31 crianças com deficiência” (FSP, 20/9). Em Piracicaba quantas são?
Encantei-me com mais essa possibilidade que a UFSCAR poderá proporcionar e com muito mais facilidade, se estiver instalada aqui no Campus Taquaral. Obrigado e parabéns prefeito Tiago Ferreira por sua visão e determinação, seu enfrentamento ao preconceito, que nos inspirem.
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Sergio Oliveira Moraes, físico e professor aposentado Esalq/USP