Alvaro Vargas
Como o materialista nega a existência da alma e não acredita na vida após a vida, não pode ser cristão. Entretanto, isso não implica, necessariamente, que os materialistas não possam viver em harmonia com os indivíduos que seguem uma fé religiosa e serem cidadãos úteis para a sociedade. Contudo, o fato de não acreditarem em Deus, pode conduzi-los a decisões equivocadas. É o caso daqueles que sofrem decepções morais e/ou amorosas, ou situações econômicas desastrosas. Uma vez que não creem na imortalidade da alma, sentem-se compelidos a buscar uma saída equivoca, como o suicídio, que é uma alternativa com sérias consequências morais, pois, resulta em expiações no mundo espiritual e reencarnações dolorosas até o completo refazimento do corpo espiritual. Outros, em processo terminal de enfermidades penosas, podem decidir pela eutanásia, que acarreta consequências equivalentes ao suicídio. Esses equívocos, alicerçados no materialismo, também tem sido a sustentação de ideologias esdrúxulas que defendem a orientação sexual de jovens e crianças com base na ideologia de gênero, no infanticídio (aborto) e nas críticas infundadas contra a instituição familiar.
Felizmente no Brasil, de acordo com pesquisas realizadas em 26 países (Global Religion 2023), 90% da população acredita em Deus, sendo 70% autodenominada cristã. Uma nação majoritariamente cristã, não será seduzida por ideologias alheias as aspirações das almas brasileiras que optaram por seguir Jesus. Os indivíduos desavisados que se prestam a esse desserviço, estão escravizados a processos obsessivos praticados por seres trevosos que não desejam a cristianização de nosso planeta. Entretanto, é uma tentativa vã, desde que existe um fatalismo cármico para a nossa nação, conforme descrito pelo Espírito Humberto de Campos (XAVIER, F. C. Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, cap. 2). Segundo esse autor, logo após o descobrimento do Brasil, em conversa com outros Espíritos, Jesus de Nazaré esclareceu que não devemos ter preocupações e receios inúteis, pois, o nosso país realizará a epopeia do seu Evangelho, uma vez que, antes de tudo, o Brasil estará ligado eternamente ao seu coração. As injunções políticas que aqui ocorrerem, terão atividades secundárias, porque, acima de todas as coisas, em nosso solo santificado e exuberante estará o sinal da fraternidade universal (a constelação do Cruzeiro do Sul), unindo todos os espíritos. Antes de estar conectado aos homens, é ao coração de Jesus que o Brasil se encontra ligado para sempre. Portanto, o rumo das transformações políticas e sociais que estão ocorrendo, seguem dentro dos limites estabelecidos pelo Mestre Nazareno. Todos aqueles que obstaculizam o trabalho do Cristo, estão sendo gradativamente transferidos para um mundo inferior, reencarnando em uma Humanidade equivalente à nossa “Pré-história”, onde terão a oportunidade de recapitular as experiências fracassadas aqui na Terra.
Mesmo existindo a divergência religiosa, os postulados morais do Cristo são compreendidos pela maioria da população. Mas, compete aos espíritas, adeptos do Verdadeiro Cristianismo (Espiritismo), a tarefa de divulgar sem proselitismo essa doutrina libertadora, reafirmando através da fé raciocinada que o caminho para ser seguido foi indicado pelo Rabi da Galileia: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim” (João 14:6). Um cristão verdadeiro não apoia a morte de nascituros, nem defende pautas como a erotização de crianças nas escolas ou faz críticas visando à desconstrução da família. Somos Espíritos eternos, e Deus nos concedeu o livre arbítrio para decidirmos conforme a nossa vontade. Porém, essa concessão está atrelada a lei de causa e efeito, que nos reeduca através de expiações e/ou reparações que teremos de vivenciar nesta ou nas reencarnações subsequentes, recordando que “a quem muito foi confiado, muito mais será pedido” (Lucas, 12:13).
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Alvaro Vargas, engenheiro agrônomo, Ph.D., presidente da USE-Piracicaba, palestrante espírita