O consumo de pizza

Gregório José

Os glutões e esfomeados de plantão bateram palmas quando a notícia ganhou manchetes em jornais e viralizou em programas de televisão e rádio Brasil afora. Isso por conta de um estudo publicado por dez pesquisadores de universidades italianas na revista científica MDPI apontando que comer pizza pode ajudar no tratamento da artrite reumatoide. O estudo indica que foram analisados grupos de pessoas e identificaram que, ingerir duas fatias por semana produz efeitos anti-inflamatórios e antioxidantes o que evitaria a doença.

Os estudiosos italianos e norte-americanos que assinam a matéria analisaram 205 voluntários, com idades entre 18 e 65 anos, e verificaram que as pessoas que comem meia fatia da comida mais de uma vez por semana sentiram mais benefícios, com proteção em torno de 70%, em relação aos que consomem menos de uma porção por semana.

No entanto, é bom entender que lá, na Itália, berço das pizzas, as massas são frescas, o tomate utilizado nos molhos também são frescos, utilizam muçarela e azeite, muito azeite, o que poderia influenciar na melhoria dos analisados.

Eu convivo, há anos, com esta doença que provoca dor, inchaço e vermelhidão e não há perspectivas de melhoria. Pelos menos nos próximos anos. Existem medicamentos que aliviam o problema que migra de uma para outra articulação.

Se analisarmos a pizza consumida no Brasil encontraremos, em nossos lares, congeladas, conservantes ao extremo, produtos industrializados no preparo e massa robustas em sua maioria. No consumo, abrimos mão do azeite e inserimos ketchup, mostrada, maionese e outros temperos. Esse alimento ultraprocessado, transforma seu sabor, textura, aparência e é pobre em nutrientes. Geralmente carregam muitos aditivos, sabores artificiais, cores, adoçantes e conservantes.

Portanto, se na Itália faz bem aos cidadãos, aqui temos que aprender a fazer e consumir pizzas saudáveis e com menos produtos industrializados.

Pelo menos é o que penso sobre o estudo de lá e o consumo de cá.

Vale lembrar que a Confederação Nacional de Agricultores Diretos da Itália apontou que 44% da população produz pizza caseira enquanto os que procuram pizzarias chegam a 58%. A Itália é o segundo maior consumidor de massas no mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos.

O Brasil aparece entre os países que se consome muita pizza (como as descrevi anteriormente) estando atrás de Estados Unidos, Itália, França, Inglaterra e Canadá.

E aí, vai se livrar de uma artrite reumatoide ou se contaminar com produtos sem qualidade?

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Gregório José, jornalista, radialista, filósofo

 

 

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