Mais idosos, menos crianças

Gregório José

 

O mundo polarizado está deixando de existir. Há anos é possível notar que nações com maior índice de desenvolvimento pessoal e social apresenta uma mudança de crescimento populacional diferente. Embora sejamos mais de 8 bilhões de habitantes no mundo é possível notar que, nestes países tidos como desenvolvidos a taxa de natalidade caiu abruptamente e, segundo perspectivas e projeções de institutos privados e órgãos, como a ONU apontam que em 2030, em algumas nações teremos uma população acima de 65 anos maior do que a abaixo de 20 anos.

Isso é notado pela baixa taxa de natalidade e a melhoria dos índices de sustentabilidade e saneamento em países desenvolvidos, o que melhora a qualidade de vida e aumenta a expectativa de vidas.

No entanto, em países subdesenvolvidos, a taxa de natalidade é alta e, cada vez mais, meninas de 13 e 14 anos estão se tornando mães. O que aumenta o número de habitantes nestas nações que, sem infraestrutura necessária e propícia, também vê a ampliação das desigualdades sociais e a falta de prospecção de melhoria.

Nestes países aumentam o analfabetismo, subdesenvolvimento social, precariedade em habitações e alimentação deficitária. Com isso, tráfico de órgãos, sequestros de crianças, escravidão são ampliados e se tornam cada vez mais frequentes.

A própria Organização das Nações Unidades entende que até 2030 a população mundial será acima de 8,5 bilhões. Se, em 12 anos a população mundial chegou a este patamar e a Índia ultrapassou a china em habitantes, esse quadro tende a se manter.

A população acima de 65 anos está crescendo mais rapidamente do que a população abaixo dessa idade. Como resultado, a participação da população global com 65 anos ou mais está projetada para aumentar cerca de 16% até 2050.

O problema neste aumento é que, pessoas com 65 anos ou mais em todo o mundo será mais que o dobro do número de crianças menores de 5 anos e quase o mesmo que o número de crianças menores de 12 anos. Ou seja, quem bancará os idosos no futuro?

Portugal já vê aumentar as desigualdades entre as pessoas acima de 65 anos, principalmente aquelas que não se prepararam para ter uma renda extra após deixarem suas atividades laborais. Isso é prejuízo para a nação e, sofrimento para quem trabalhou uma vida inteira para ter uma sobrevida na velhice.

Os países com populações envelhecidas devem tomar medidas para adaptar os programas públicos ao número crescente de idosos, inclusive estabelecendo sistemas de cuidados de saúde prolongados, melhorando a sustentabilidade dos sistemas de segurança social, assim como as pensões e benefícios. Essa carga se torna pesada, mas real.

 

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Gregório José, jornalista, radialista, filósofo

 

 

 

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