Hepatites virais – Curso marca a abertura da campanha Julho Amarelo

Campanha Julho Amarelo chega à 10a edição e envolve parceria entre a Escola do Legislativo, da Câmara, o Cedic, da Secretaria de Saúde, e o Caphiv. CRÉDITO: Guilherme Leite

 

 

Promovido pelo Cedic em parceria com a Escola do Legislativo e Caphiv, evento abre atividades da campanha que chega à sua 10a edição no município

 

 

Médicos e enfermeiros da rede municipal de Saúde participaram, na manhã e tarde desta quinta-feira (29), do curso de capacitação “Prevenção, diagnóstico e tratamento das Hepatites Virais”, ministrado pela médica infectologista Juliana Assunção Ribon, do Centro de Doenças Infecto Contagiosas (Cedic), da secretaria municipal de Saúde.

Organizado pelo Cedic, o evento contou com a parceria da Escola do Legislativo da Câmara e do Caphiv (Centro de Apoio ao HIV, Aids, Sífilis e Hepatites Virais), e aconteceu no Salão Nobre “Helly de Campos Melges”, no primeiro andar do prédio principal da Casa de Leis. A atividade marca a abertura do “Julho Amarelo”, campanha nacional voltada à prevenção, testagem e adesão ao tratamento de hepatites virais. Instituída na Câmara pelo Decreto Legislativo 8/2015, a campanha chega à 10a edição em 2023.

“É importante a atuação da Escola do Legislativo nesse contexto, participando de assuntos que auxiliam na criação e fortalecimento de políticas públicas em áreas diversas, como na Saúde, por exemplo”, disse o vereador Pedro Kawai (PSDB), diretor da Escola do Legislativo e autor do requerimento 247/2023, que solicita as atividades da campanha Julho Amarelo na Câmara.

Presidente do Caphiv, Paulo Soares destaca o pioneirismo de Piracicaba na realização da campanha ao longo de uma década. “É um trabalho que estamos realizando há uma década e temos conquistados alguns avanços, sobretudo para a prevenção com pessoas em situação de vulnerabilidade”, aponta.

A coordenadora do Programa Municipal de IST/AIDS, Karina Corrêa Contiero, destaca que além da oferta rotineira da testagem rápida nas Unidades de Atenção Básica da Saúde e no Cedic, que também haverá a realização de testes gratuitos em diversos pontos da cidade ao longo do mês de julho.

“No sábado, 1º, estaremos na praça José Bonifácio fazendo testes rápidos, das 8h às 12h. No dia 8, estaremos juntos com o programa ‘Pira nos Bairros’, na Escola Municipal Taufic Dumit, na Vila Sônia. No dia 15, na Praça Takaki, das 8h às 12h. Já no dia 21, no Sest Senat (Serviço Social do Transporte e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte) estaremos em uma ação de portas abertas das 9h às 12h e, no dia 28 estaremos novamente com o Pira dos Bairros”, concluiu Karina.

 

Hepatites virais – “Hepatite designa qualquer inflamação do fígado por causas diversas, sendo as mais frequentes as infecções pelos vírus tipo A, B e C e o abuso do consumo de álcool ou outras substâncias tóxicas (como alguns remédios)”, traz a definição da Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde, que ainda destaca que os vírus do tipo B e C, quando não devidamente diagnosticados e tratados “podem evoluir para um quadro crônico e então para uma cirrose ou até câncer de fígado”.

Os vírus do tipo B e C são transmitidos sobretudo por meio do sangue e por relações sexuais sem o uso de preservativos. Já a hepatite A é transmitida por água e alimentos contaminados ou de uma pessoa para outra.

A coordenadora do Programa Municipal de IST/AIDS e Hepatites Virais lembra que as hepatites virais são “doenças silenciosas”, cujos sintomas muitas vezes aparecem somente quando a doença já está em estágios avançados, o que torna a testagem e o diagnóstico precoces fundamentais para o controle de novos casos.

“O Julho Amarelo é o mês em que intensificamos as ações para a prevenção e diagnóstico precoce das hepatites virais, uma oportunidade para capacitarmos ainda mais a rede municipal de saúde”, falou a coordenadora. “É importante dizer que nós temos disponível, na rede de saúde, o teste rápido, que possibilita que em menos de 30 minutos qualquer pessoa receba um diagnóstico. É também muito importante que o paciente não espere os sintomas para procurar ajuda. A hepatite B tem vacina e a hepatite C tem cura, felizmente”, destacou. Em Piracicaba, segundo Karina, foram notificados 501 casos de hepatites B e C entre os anos de 2016 e 2022.

CURSO – O curso de capacitação para médicos e enfermeiros da rede municipal foi dividido em duas partes, de mesmo conteúdo, na manhã e tarde, para equipes diferentes. Durante sua exposição, a médica infectologista Juliana Assunção Ribon trouxe um panorama da incidência das hepatites virais pelo país.

De acordo com a médica, no Brasil, entre os anos 2000 e 2021, foram notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) 718.651 casos confirmados.  Deste total, 168.175 (23,4%) foram de hepatite A; 264.640 (36,8%) de hepatite B; 279.872 (38,9%) de hepatite C; e 4.259 (0,6%) de hepatite D.

No mundo, segundo dados da OMS (Organização Mundial de Saúde), estima-se que 354 milhões de pessoas vivam com infecção pelos vírus da hepatite B ou C. Por ano, nas Américas, são estimadas cerca de 10 mil novas infecções e 23 mil mortes por hepatite B e estimadas, a cada ano, 84 mil mortes e 67 mil novas infecções por hepatite C.

Segundo dados da Opas (Organização Pan-Americana de Saúde), trouxe a médica, apenas 18% das pessoas que vivem com hepatite B nas Américas foram diagnosticadas e, dessas, apenas 3% estão recebendo tratamento. Sobre as pessoas cronicamente infectadas por hepatite C, apenas 22% foram diagnosticadas e, do total, apenas 18% delas estão recebendo o tratamento.

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