O “meio Ambiente”

João Salvador

 

O Dia do Meio Ambiente, que se comemora no dia 5 de junho, bastante divulgado na mídia, parece ensejar, através desse substantivo composto – “meio ambiente” -, que o ambiente ou a nossa biosfera, esteja pela metade. Esse ambiente, no qual se vive, está inteiro, formado por vários ecossistemas, de condições e circunstâncias ambientais físicas, químicas, biológicas, sociais e culturais.

As atividades econômicas que podem perturbar o ambiente, se concentram, principalmente, no extrativismo vegetal, animal e mineral. Quando se passa por ciclos de expansão e declínio, há pouco impacto ambiental. Porém, quando essas atividades crescem seguidamente e em ritmo acelerado, sem qualquer planejamento, os impactos socioambientais são factíveis com a erradicação de ecossistemas, perda de biodiversidade e a redução do potencial produtivo dos solos, para se obter alimentos, fibras e energia.

As mudanças no ambiente, mesmo que sejam benéficas aos humanos, pelas atividades de produtos e serviços de uma organização, com o tempo podem causar certo impacto ambiental para outras espécies. No solo, para manter sua sustentabilidade, a erosão deve ser controlada e os nutrientes exportados pelas colheitas, repostos.

O Brasil, sem desmatar, mantém-se ano após ano, recordes de produção alimentícia, tanto para o consumo interno, como para exportação, com base nas pesquisas agronômicas básicas, aplicadas e agrotecnologia. Os bioinsumos e biodefensivos, também conhecidos como insumos biológicos, produzidos pelas biofábricas agroindustriais, vêm sendo cada vez mais usados. Na outra ponta, os defensivos químicos, com bom manejo, controlam as pragas e doenças que podem consumir cerca de 30% do que for plantado.

A relação afetiva com a natureza nunca existirá, todavia ela é independente, se baseia no seu transcurso normal e age dentro da conduta de ação e reação. Se toda a população de Piracicaba fosse extinta, por uma razão, em algumas centenas de anos, o conglomerado residencial seria totalmente destruído por densos e seletos ecossistemas de selecionadas espécies vegetais e animais. Caso a Amazônia seja totalmente dizimada, em 20 anos ela se recupera. Nada de deserto anunciado.

Os destemperos climáticos e abruptos, que determinam inúmeras tragédias, de tempos em tempos, nunca deixarão de existir. O aquecimento e resfriamento não combinam com o viés de mudanças globais pela degradação. São determinações cíclicas desde a era do gelo. Enquanto os mares e oceanos mantiverem o grande papel e o poder de adaptação no controle climático, da relevância de sua biodiversidade e abundante fonte de energia para toda a cadeia trófica, a vida seguirá.

O processo de exploração de animais, vegetais e minérios, não determina um limite consensual. Os acontecimentos repetitivos ocasionados pela interferência humana não significam um descontrole ou desarranjo global, fazem parte, apenas, do uso exagerado e desordenado pela ganância de alguns setores.

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João Salvador é biólogo

 

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