Leo Cesar Melo
Desde que foram detectados os primeiros casos da doença na cidade de Wuhan, na China, em dezembro do ano passado, a Covid-19 já foi responsável por aproximadamente 20.000 mortes em todo o mundo. E cerca de 700.000 registros de pessoas infectadas pelo novo coronavírus foram realizados em mais de 170 países, inclusive o Brasil. Por aqui, até o dia 29 de março, praticamente um mês após o primeiro registro da doença no país, os dados oficiais já apontavam para mais de 4.200 casos e o número de mortos chegava a 136.
Para “achatar a curva de propagação do vírus”, o estado de São Paulo, epicentro da pandemia no Brasil, decretou quarentena no dia 23 de março, por um período 15 dias. Somente serviços essenciais como farmácias, supermercados, limpeza das ruas e recolhimento do lixo, entre alguns outros, foram mantidos. Outros estados também estão tomando medidas para evitar o contato social, apontado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como a principal arma de combate à propagação do vírus, enquanto cientistas do mundo todo tentam encontrar uma droga eficiente contra a Covid-19.
Portanto, vale o esforço para compreender que nesse primeiro momento é muito importante esse lockdown para evitar que tenhamos problemas sérios de saúde. E creditar que essa paralisação é importante para que o sistema de saúde se prepare para atender as necessidades futuras, possibilitando um retorno da economia de maneira mais estruturada, com os recursos adequados para o tratamento da Covid-19.
Na Allonda adotamos diversas medidas para garantir a segurança dos nossos colaboradores e seus familiares. Cerca de 80% do time dos escritórios estão atuando em regime de trabalho remoto, os que estão em alguma instalação de nossa responsabilidade estão com espaçamento mínimo e em todas as operações e escritórios há álcool em gel disponível. Destaco ainda a oferta de ferramentas de tecnologia para permitir que as rotinas administrativas, comerciais, operacionais e de engenharia aconteçam, além da digitalização de processos para evitar o trâmite de documentos.
Sabemos, obviamente, que o isolamento traz diversos impactos nas empresas, principalmente nas cadeias produtivas que dependem do consumo ou da exportação. Mas, como evitar ou minimizar a queda no faturamento? O grande desafio é olhar para o seu produto ou serviço e trazer formas inovadoras para encontrar seus clientes. Nesses momentos, a diversidade é um grande trunfo para qualquer companhia. Não se trata de inclusão, mas de dar oportunidade a profissionais que têm outro olhar sobre as coisas, mas com elevada capacidade técnica, alta performance e poder de entrega. Contar com diferentes experiências e pontos de vista para uma mesma situação é enriquecedor e invariavelmente leva a movimentos inovadores.
Na Allonda, o respeito às diferenças em busca de diversidade é algo extremamente valorizado. Somos uma empresa de engenharia, ou seja, pertencemos a um mercado onde a predominância masculina é muito forte. Aqui, no entanto, damos enorme importância à participação feminina em todas as nossas equipes, inclusive nas lideranças. Temos metas de presença de mulheres. Nas obras queremos saltar de 10% para 20% de profissionais do sexo feminino em 2020, enquanto nos escritórios o objetivo este ano é atingir a equidade completa: 50%.
Entendemos, de fato, que todo tipo de diversidade agrega valores à companhia, especialmente nas nossas tomadas de decisões. Nas duas últimas semanas, ápice do assunto coronavírus no Brasil, senti isso na prática: o quanto as discussões são mais ricas quando temos uma equipe diversificada. Riscos e oportunidades são definitivamente melhor avaliados. E é justamente isso que esperamos nesse momento. A união de pessoas com diferentes bagagens em busca de soluções que possam preservar vidas e diminuir o impacto econômico que a pandemia causará.
Leo Cesar Melo é CEO da Allonda Ambiental, empresa de engenharia com foco em soluções ambientais sustentáveis