Teatro Municipal – Cia Gare encena ‘Uma Banheira Revolucionária’

Espetáculo traz uma trupe de palhaços que, a bordo de uma banheira à deriva, discute soluções para consertar o mundo

 

Piracicaba recebe, no próximo final de semana, dias 20 e 21 de maio, o espetáculo “Uma Banheira Revolucionária”, com dramaturgia de Matéi Visniec, direção de Douglas Novais e produção da Cia Gare, grupo de teatro que existe em Campinas há 6 anos. A apresentação acontece no Teatro Dr. Losso Netto, sala 02 (Carlos Drummond de Andrade), no sábado às 20h, e no domingo, às 18h, com ingressos gratuitos.

O espetáculo traz uma trupe de palhaços que, a bordo de uma banheira à deriva, discute soluções para consertar o mundo, que “está fodido”, conforme reafirmam ciclicamente as personagens. Visniec, um dos mais importantes dramaturgos contemporâneos, faz da denúncia política um campo não só de conflito, como é próprio do teatro, mas de crítica ao absolutismo das ideologias, constatando, com cinismo e humor, mazelas profundas e cada vez mais pungentes da sociedade atual.

A encenação – assinada por Douglas Novais, ator, diretor e produtor também do grupo Os Geraldos, de Campinas – vale-se da linguagem cômica para ressaltar o caráter satírico da dramaturgia. O processo de criação – que teve início dentro do Programa de Qualificação em Artes do Governo do Estado de São Paulo, em 2019 – foi revisitado diante das novas circunstâncias sociais, políticas e sanitárias do Brasil de 2022, com novo elenco e um mergulho ainda mais profundo na linguagem do palhaço.

Paty Palaçon, atriz do espetáculo e coordenadora da Cia Gare, conta que a inspiração do espetáculo são os mestres mundiais da comédia, como Chaplin, Charlie Rivel, Fellini, dentre outros. “É por meio do riso, que buscamos desarmar o público para confrontá-lo com os absurdos da nossa sociedade, como a violência e a polarização das discussões políticas”, declara Palaçon. Compõem o elenco também Alex Midian, Giu Darros e Paula Guerreiro.

CIA. GARE – A Cia Gare foi fundada em 2016, em Campinas, por egressos do Curso de Formação de Atores Os Geraldos. “Uma Banheira Revolucionária” – dramaturgia de Matéi Visniec e direção de Douglas Novais – é o terceiro espetáculo da companhia, que anteriormente montou “A Cidade Perdida” (2016), inspirado na obra “Ascensão e queda da cidade de Mahagonny”, de Bertold Brecht, e “A Caçada” (2018, com orientação do grupo Os Geraldos), inspirado no romance “A Confissão da Leoa”, de Mia Couto. Dois aspectos são comuns às obras: o temático, com interesse por narrativas e fábulas acerca de contradições da sociedade, relações de poder e mazelas sociais; e formal, com foco em  linguagens de estilização marcante, como atualmente ocorre com o trabalho clownesco, que se tornou a mais importante pesquisa do grupo.

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