Aconteceu no sábado, 13, em Piracicaba, no Café Maria Marvada, na rua Prudente de Moraes, a refundação do Clube Filatélico e Numismático de Piracicaba. O clube foi criado nos anos de 1960-70, sob liderança de Lauro Natali, que mantinha uma coluna semanal no Jornal de Piracicaba e posteriormente, com os escritos de Edna Perez, na Tribuna Piracicabana, dando muita visibilidade ao tema. Agora, um novo grupo sob a presidência de Paulo Araripe, está se rearticulando para a nova fase.
Nascido na capital do estado de São Paulo há 52 anos, ele é engenheiro agrônomo formado pela Esalq e reside em Piracicaba desde 1989, quando veio cursar Engenharia Agronômica. O interesse pela filatelia e pela numismática iniciou-se quando estava com 12 anos em São Paulo/SP, através de amigos que já colecionavam. Na época colecionava selos e moedas de todos os países e de todas as temáticas. “Era um tempo muito gostoso, pois aos domingos a gente ia na Praça da República, no centro da cidade, para comprar e trocar material. Como eu morava na zona oeste da capital, íamos de ônibus e era muito tranquilo. A feira lá era de várias coisas, todas ligadas à arte e cultura. Tinha artesanato, livros, quadros e, claro, muitas barracas de selos e moedas. Com o tempo vi que seria muito difícil fazer isso e resolvi me concentrar nas peças do Brasil. Até hoje tenho material comprado nessa feira da Praça da República” afirma Araripe.
Sua coleção ficou parada um bom tempo, guardada em casa quase 25 anos. Com a pandemia, no início de 2020, ficando mais em casa, decidiu retomar os estudos filatélicos e numismáticos. Naquele período de pandemia conheceu uma associação, que congregava filatelistas de todo o Brasil, a Filabras que ajudou a melhorar a sua coleção e, através do intercâmbio com outros filatelistas, acessar peças mais raras, valiosas e interessantes. Porém, a Filabras é uma associação virtual, pois ela acontece na internet e, dentro deste contexto, “eu sentia muita falta de estar presencialmente com os filatelistas, trocando experiências, olhando a coleção deles, mostrando a minha e adquirindo conhecimento na prática”, afirmou o novo presidente. Ao mesmo tempo, muitas pessoas da região de Piracicaba/SP e também de Campinas/SP com quem passou a se relacionar, também diziam ter esse sentimento e gostariam de ter encontros presenciais para voltarem a cultivar esse maravilhoso hobby.
“Nesse momento eu decidi montar uma associação piracicabana e fui para a internet ver quem poderia me ajudar. Foi aí que tomei conhecimento da lindíssima história do Clube Filatélico e Numismático de Piracicaba, um patrimônio municipal e regional. Quando soube que o CFNP estava parado a uma década, resolvi retomá-lo. Aí minha vida virou de pernas para o ar, estou apaixonado por essa missão. Recebo ajuda de novos amigos como o Sr. Nelson Spada, uma lenda viva que tem um conhecimento incrível sobre filatelia”, disse Araripe.
O novo grupo recém constituído, está em uma fase inicial da reativação. “Vem coisa muito boa por aí e Piracicaba vai voltar a ter a expressão nacional na filatelia e numismática que tinha nas décadas de 70, 80 e 90. Inclusive faremos acontecer novamente a Exfinupi, a Exposição Filatélica e Numismática de Piracicaba e região.
Em primeiro lugar é preciso colocar a burocracia em ordem. Isso inclui eleger uma nova diretoria executiva e reativar os serviços aos associados que o Clube vinha fazendo, a exemplo da Exfinupi. Na parte social criamos recentemente uma página no Fecebook e estamos reunindo interessados em participar. Estamos recebendo um ótimo feedback, inclusive de filatelistas de outras cidades”, garantiu o novo presidente.
No sábado, durante a reunião de refundação do clube, foram eleitos, além de Paulo Araripe na presidência, vice-presidente, Robson Peniche; tesoureiro, Francisco Giocondo; secretário, Adolpho Queiroz; bibliotecário, Alessandro Aparício. Os conselheiros são João Caruso (presidente), Ademar Dalla Coleta e Elisabete Bortolin.
Voltar a ter uma sede própria também é um objetivo de curto/médio prazos. Mas, segundo Araripe, “O que me encanta mais é ver os encontros acontecendo novamente. É a união dos associados que leva o Clube para frente. Quero que o Clube seja o elo entre os colecionadores e seus hobbies e um ator para trazer os jovens para dentro dele. Nesse contexto existem algumas ideias para colocar em prática em curto prazo para despertar neles essa paixão.”
Carta de motorista do escritor piracicabano Thales Castanho de Andrade, assinada pelo ex prefeito de Piracicaba, Fernando Febeliano da Costa, uma das peças raras do acervo do Clube.
No sábado, durante a reunião de refundação do clube, foram eleitos, além de Paulo Araripe na presidência, Vice-Presidente, Robson Peniche, Tesoureiro: Francisco Giocondo; Secretário, Adolpho Queiroz; Bibliotecário, Alessandro Aparício. Os conselheiros são: Presidente: Dr. João Caruso; Conselheiros: Ademar Dalla Coleta e Elisabete Bortolin.
Segundo o numismata piracicabano Ciro Piazza, “Esse logotipo ou marca, foi criado em 1963 pelo associado Sidney Bragion, que era desenhista de uma metalúrgica e morava no Bairro Alto. Era muito atuante no Clube. As figuras eram históricas, relativas a sagas dos paulistas. Cheguei a ver os desenhos que deram origem à fundição. Que parecem que foram fundidas FNT-Fundição Técnica Nacional, que ficava na Rua Otávio Teixeira Mendes na altura da José Pinto de Almeida”.