Presidente do Movimento “Mulheres que fazem a diferença fazendo”, no bairro Eldorado, Valéria Capis da Cruz esteve na Câmara Municipal de Piracicaba nesta segunda-feira (24), na 22ª Reunião Ordinária. Ela ocupou a Tribuna Popular para manifestar sua preocupação com a área próxima ao Campos do Conde, que fica próximo à região em que mora. Recentemente, havia na Casa um projeto do Executivo para construção de moradia popular no entorno, que, no entanto, foi retirado pelo prefeito Luciano Almeida (sem partido), por se tratar de área institucional.
Integrante da Comissão Local de Saúde, do bairro Eldorado, e do grupo de trabalho do Crab (Centro de Referência de Atenção Básica) do bairro Cecap, Valéria constatou que existem até 4.500 pessoas sendo atendidas nas unidades de saúde no território do Cecap e que as escolas estão sem vagas. Ela estima impacto de mais de 7.000 pessoas nos próximos meses. “Precisamos de escola, creche, PSF e médicos”, informou.
Segundo ela, a única escola referência na região que atende o ensino médio é a Carolina Mendes Thame, no São Francisco, que está com 65% a mais da capacidade. “Isso nos deixa muito tristes e preocupados. Sou mãe e sou avó, tenho o meu neto que estuda na Adolpho Carvalho, próxima da minha residência. A gente vê a necessidade de agregar esses moradores que estão na região”, disse.
A munícipe manifestou preocupação com a Saúde e a Educação, se houver construção de habitação em área institucional. Preocupada com a questão ambiental, ela disse que a área do projeto possui uma nascente, apresentou fotos de pegadas de onças pardas e macacos que estão na região. “Existem muitas casas a serem formadas em nosso território e ele já está saturado, não temos vagas para crianças”, completou a moradora, ao questionar: “onde vamos colocar os equipamentos públicos? Eu gostaria de saber”, indagou Valéria.
O vereador Paulo Campos (Podemos) disse que a Comissão de Legislação, Justiça e Redação (CLJR) emitiu pareceres contrários aos projetos de lei que tratam do assunto. Para Gustavo Pompeo (Avante), mesmo os projetos estando “parados”, a mobilização popular é imprescindível.